Um grupo de deputados de matrizes ideológicas opostas prepara um manifesto para demonstrar, publicamente, contrariedade à venda de ações do Banrisul, operação que está sendo executada pelo governo de Eduardo Leite. Deputados do MDB, partido aliado de Leite, além de parlamentares do Novo e do PT, estão ente os signatários do texto, que será apresentado nesta quinta-feira (19) em ato na Assembleia Legislativa.
Os deputados que articulam o documento concordam que a venda que está em andamento pelo governo do RS, acionista majoritário do Banrisul, representa uma dilapidação do patrimônio do banco.
— Estamos vendendo um patrimônio dos gaúchos por um valor menor do que vai valer ali em frente. Temos convergência de que esse formato não é bom negócio, é dilapidar o patrimônio — diz Sebastião Melo, do MDB, que conseguiu já o apoio do colega de bancada Tiago Simon.
O grupo ainda busca ajuda de parlamentares de outras legendas como PDT e PSL. A ideia é produzir um texto enxuto ao qual se adequem as insatisfações de bancadas diversas.
Na terça-feira (17), os deputados Sebastião Melo e Fabio Ostermann (Novo) protocolaram requerimento para convocar o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, e o presidente do Conselho de Administração do Banrisul, Ademar Schardong, para prestar esclarecimentos sobre a venda das ações.
Os deputados querem fazer basicamente três perguntas à dupla:
1) Por quanto vai ser negociada cada ação do banco?
2) Para onde vai o recurso?
3) Até quando o governo planeja manter a folha em dia com o recurso extra que entrar no caixa?
O requerimento deverá ser discutido na próxima terça-feira (24) durante encontro da mesa diretora e na reunião com os líderes de bancada. Se for autorizada a tramitação, o requerimento será votado em plenário, que deverá decidir se convoca ou não o secretário e presidente do Conselho.