
Além de determinar a prisão temporária por cinco dias do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) afastou o político de suas funções públicas por 30 dias. No despacho, o desembargador Leandro Paulsen proibiu ainda Loureiro de manter contato, por qualquer forma, pessoalmente ou por intermédio de interlocutores, com os demais envolvidos no esquema.
Além de Loureiro, foram presos os delegados da Polícia Federal Fernando Amaro de Moraes Caieron e Hélio Sant´anna e Silva Júnior, além do operador José Augusto Alves, ambos apontados como os líderes do grupo suspeito de vazar informações sobre operações policiais em andamento. Também foram alvos dos mandados Luciano Veloso Lima, ex-chefe da Casa Civil na gestão do governador de Santa Catarina Eduardo Moreira, e Marcelo Roberto Paiva Winter, diretor de comunicação do Sindicato dos Policiais Rodoviários de Santa Catarina (SINPRF-SC). Completa a lista de detidos Luciano da Cunha Teixeira.
O investigação tramita no TRF4 em função do foro privilegiado do prefeito. O caso ainda está em fase de inquérito e tramita em sigilo. Na decisão em que proíbe Loureiro de manter contato com os demais suspeitos, o desembargador cita nominalmente pelo menos duas pessoas que não tiveram mandados de prisão expedidos contra si, como a ex-deputada federal Romanna Remor e o empresário Cláudio Roberto Bocorny Salgado. Loureiro terá de entregar seu passaporte à Justiça e está impedido de viajar para fora de Santa Catarina sem prévia autorização do magistrado.
As restrições foram mais severas para Caieron, Winter e Sant'Anna. Além de obedecer às mesmas medidas impostas a Loureiro, eles foram proibidos de entrar em qualquer sede de órgão policial e terão de se apresentar todos os meses na Justiça Federal de Florianópolis. Caiern e Winter também estão suspensos do cargo até a conclusão das investigações. Os três devem entregar distintivo, carteira funcional, uniformes, camisas, acessórios e demais bens que possam identificá-lo como policiais.