Cerca de cem professores de universidades dos Estados Unidos assinaram uma carta de repúdio a uma declaração do ministro da Educação do Brasil, José Mendonça Bezerra Filho. Ele disse que mandaria investigar um professor da Universidade de Brasília (UnB) após a criação da disciplina "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil", sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A medida foi considerada pelos docentes como uma ameaça à liberdade de expressão das universidades. O manifesto endereçado ao ministro inclui professores de instituições como Brown, Harvard, Princeton e Yale.
— Aqui nos EUA eu teria o direito de dar um curso sobre Donald Trump, por exemplo, porque há tradição de liberdade de expressão, e os professores usam rigor acadêmico — diz o americano James Green, que organizou o manifesto.
O professor é amigo de Dilma, e em 2017 ficou conhecido como o suposto namorado da ex-presidente, após ser visto com ela em Nova York. Ele afirmou, no entanto, que são apenas amigos. Questionado se a amizade pode enfraquecer o movimento, o historiador disse que também é amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
— Sou amigo de todo mundo no Brasil, menos do Jair Bolsonaro — disse.
Depois da polêmica na UnB, mais 10 universidades no país criaram cursos sobre o mesmo tema. Entre elas, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que lançou um curso de extensão chamado O Golpe de 2016 e a Nova Onda Conservadora no Brasil.