O líder da bancada do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), deixou para esta quinta-feira (5) a decisão sobre a possível destituição de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Diante do atual cenário onde o mineiro diz que não se licencia do partido e também não abandona a relatoria da denúncia contra o presidente Michel Temer, Tripoli sinalizou que sobraram poucas alternativas diferentes da destituição.
— Resta muito pouco para eu fazer como líder — desabafou.
Tripoli se disse entristecido com a situação, lembrou que Bonifácio havia garantido a ele e ao presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que não aceitaria a relatoria.
— Tenho dificuldade em entender o gesto político dele — comentou. — Nunca pedi para ninguém votar sim ou não. Só estou pedindo para não relatar — emendou.
Tripoli enfatizou que a escolha de Bonifácio gerou um problema partidário, um profundo constrangimento porque o parecer (que tende a ser favorável a Temer) será visto como obra do PSDB para salvar o presidente da República da abertura de processo.
— Isso (desgaste) pode interessar a outro partido, não ao PSDB — reclamou.
Diante do impasse, a cúpula do PSDB concluiu que a melhor alternativa para amenizar as consequências da indicação de Bonifácio seria que ele se licenciasse da legenda. O líder diz que não gostaria de vê-lo fora do partido, mas que ainda espera que ele reflita sobre os transtornos políticos causados pela relatoria.
A ala governista da bancada ameaça reagir a Tripoli caso ele efetive a destituição de Bonifácio. O grupo pode coletar assinaturas ou pedir a convocação de nova eleição para líder da bancada.
— Espero que isso não ocorra, não é adequado. Fui eleito, não fui indicado — respondeu Tripoli.