O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) anunciou, nesta quinta-feira (10), a suspensão temporária de seu processo de filiação ao PEN – futuro Patriota. O parlamentar negocia com o partido a candidatura à Presidência da República.
Depois de prometer um anúncio "de extrema importância que afetará todo o debate sobre sucessão presidencial", Bolsonaro relatou uma divergência com o partido. Ele disse não concordar com uma ação ajuizada pela legenda em 2016 contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir a prisão de pessoas condenadas em segunda instância.
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Na visão de Bolsonaro, o esforço do PEN contra a decisão do STF vai "acabar com a Lava Jato".
– Estava negociando para me filiar ao partido quando descobri isso, há uns dez dias. Não quero ser conhecido como o candidato a presidente pelo partido que acabou com a Lava Jato. Então, vou primeiro resolver isso para depois me filiar. Deve dar casamento, mas ainda é um noivado – anunciou Bolsonaro, ao lado do presidente do PEN, Adilson Barroso.
Divergência
Apesar da crítica, Barroso defendeu a decisão de Bolsonaro.
– Respeito e até agradeço ao deputado por me alertar sobre essa interpretação, mas minha intenção foi outra. A ação poderia beneficiar injustamente alguns alvos da Lava Jato, mas evitaria que milhares de pessoas fossem presas injustamente e depois fossem libertadas porque, ao final, decidiu-se pela absolvição – afirmou o presidente do PEN.
Bolsonaro disse que, para se filiar ao futuro Patriota, o partido precisa "retirar a ação" ou o caso "ser encerrado".
– Mesmo se não houvesse essa pendência, eu não poderia me filiar hoje, ou melhor, até poderia, mas o partido (PSC) iria recorrer à Justiça, e eu perderia o mandato – disse Bolsonaro.