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O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, disse nesta sexta-feira (16) que decidiu deixar o cargo após perceber que o posto estava sendo negociado pelo governo com outros partidos da base. O titular anterior, Roberto Freire (PPS), pediu demissão do cargo, em maio, após a crise gerada pela delação do empresário Joesley Batista, da JBS.
O Palácio do Planalto decidiu tirar a vaga do PPS em retaliação ao fato de Freire ter deixado o cargo e cobrado a renúncia do presidente Michel Temer.
Andrade justificou o pedido para sair do comando da pasta afirmando que há uma "deterioração" do ambiente político e que ele não queria ficar no meio "dessa roda de disputa".
– Eu não vim aqui atrás de cargo, vim fazer política cultural – disse.
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Andrade também afirmou que o corte de mais de 40% do orçamento da pasta tornou o funcionamento do ministério "inviável".
– A verdade é que os governantes não ligam muito para o Ministério da Cultura – comentou.
Ele também comentou que a sua indicação para ocupar o cargo de presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine) foi ignorada e que Temer preferiu colocar outra pessoa no lugar.
– Se eu como ministro não posso indicar os nomes das agências que estão ligadas à pasta, o que eu estou fazendo aqui? É um grau de desprestígio muito grande. Isso vai desgastando – apontou.
Filiado ao PPS, Andrade é escritor, roteirista e cineasta. Antes do ministério, foi nomeado secretário de Cultura de São Paulo em 2005 e, entre 2012 e 2016, exerceu a função de presidente da Fundação Memorial da América Latina (SP).
O governo deve efetivar a troca na Cultura quando Temer retornar da viagem para Rússia e Noruega na sexta-feira (23). O nome mais cotado é o do deputado André Amaral (PMDB-PB).