A defesa do presidente Michel Temer acredita que a Procuradoria Geral da República pode estar guardando gravações relacionadas à delação da JBS para divulgar durante o julgamento da chapa Dilma-Temer, que será retomado na terça-feira (5) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme o jornal O Globo, o advogado do peemedebista, Gustavo Guedes, afirmou que pode existir um "armazenamento tático" de novas informações contra o presidente.
– Espero muito que o Ministério Público não tenha um comportamento político e não interfira no julgamento do TSE. Qualquer interferência indevida não é correta, ainda mais se feita pelo Ministério Público, que é o fiscal da lei – disse Guedes ao jornal.
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A declaração do advogado faz parte da estratégia do Planalto para pressionar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra possíveis ações do Ministério Público Federal (MPF) na semana em que o TSE define o futuro do governo.
Há também o temor de que Janot apresente denúncia formal contra Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) antes que o presidente responda às questões do MPF. No entanto, conforme procuradores ouvidos pelo Globo, a hipótese está descartada. O peemedebista é investigado em inquérito por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.
Pressionado pelas relevações da delação da JBS, o governo avalia que houve uma queda da temperatura política nos últimos dias. Conforme o jornal, ministros e aliados de Temer apostam na absolvição do peemedebista por quatro votos a três no TSE.
Com isso, advogados do presidente e interlocutores trabalham para que o julgamento da chapa Dilma-Temer aconteça de forma mais célere, ao contrário da estratégia anterior, que contava com um pedido de vista para postergar a decisão. A expectativa do Planalto é de que o julgamento possa ser encerrado em até dois dias, no melhor cenário.
O julgamento
A ação proposta pelo PSDB contra a chapa Dilma Rousseff – Michel Temer por suposto abuso de poder econômico na eleição presidencial de 2014 pode ter seu último capítulo a partir de terça-feira (6). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai retomar o julgamento, interrompido em 4 de abril. Saiba o que está previsto e como acompanhar.