O deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rebateu depoimento de Joesley Batista, um dos donos da JBS, ao afirmar que se reuniu com o empresário e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março de 2016 para discutir o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
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Em entrevista concedida à revista Época, Joesley disse que encontrou Lula apenas duas vezes, em 2006 e 2013. Para confrontar a afirmação do executivo, Cunha escreveu nota, nesta segunda-feira, direto de Curitiba, onde está preso. Segundo o ex-presidente da Câmara, Joesley tinha "constantes encontros" com o petista, citando a reunião entre os três em 2016. Seguranças da presidência da Câmara que acompanharam Cunha no encontro com Lula e o empresário poderiam comprovar a reunião, segundo o deputado cassado.
Em acordo de delação com o Ministério Público Federal (MPF), o empresário da JBS afirmou que comprava o silêncio de Cunha e de Lúcio Funaro – apontado como operador do ex-deputado – com o conhecimento do presidente Michel Temer.
Cunha disse que repudia "com veemência" as acusações e desafiou Joesley a provar as afirmações contra ele. O deputado cassado também reforçou pedido para que Supremo Tribunal Federal (STF) anule a delação de Joesley.
Por meio de nota enviada pela sua assessoria de imprensa, o dono da JBS afirmou que as acusações de Cunha não são verdadeiras, pois o empresário apenas destacou duas reuniões com Lula, mas esteve com o petista em outras ocasiões. O comunicado também informa que o executivo "intermediou" encontro entre membros do PT e Cunha. O Instituto Lula informou que não vai comentar as declarações do ex-deputado.
*ZERO HORA