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O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que o presidente Michel Temer seja investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. No mesmo inquérito também são suspeitos dos mesmos crimes o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ambos afastados dos cargos por decisão do relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o empresário Joesley Batista, controlador do grupo JBS, se apresentou voluntariamente para narrar as ilegalidades supostamente cometidas por Temer, Aécio e Rocha Loures. Em reunião na sede da Procuradoria Geral da República, em 7 de abril, Joesley teria apresentado provas de sua relação com os investigados, incluindo quatro gravações de conversas com os políticos.
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Ao narrar o encontro de Joesley com Temer, na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu, Janot cita o trecho do diálogo no qual o empresário relata ao presidente que vem mantendo uma boa relação com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-PR), condenado na Lava-Jato e preso em Curitiba, e ao doleiro Lúcio Funaro.
"Temer confirma a necessidade dessa boa relação: 'tem que manter isso, viu?'. Joesley fala da propina paga 'todo mês' a Cunha, acerca da qual há anuência do presidente", escreve Janot.
Em outro trecho, o procurador cita uma conversa de Joesley com Aécio, na qual o senador revela que Michel Temer havia lhe pedido a retirada da ação de cassação de mandato que tramita contra o peemedebista no Tribunal Superior Eleitoral.
"A Dilma caiu, a ação continuou, e ele quer que eu retire a ação. Cara, só que se eu retirar, e não estou nem aí, não vou perder nada, o Janot assume, o Ministério Público essa merda", teria dito Aécio.