No ofício em que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso ao conteúdo da delação da JBS, o presidente Michel Temer classificou como "ilícita" a gravação da conversa feita pelo empresário Joesley Batista, em março, no Palácio do Jaburu. O peemedebista também questionou a credibilidade do empresário.
No documento, ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, Temer afirma que, como presidente, "não lhe é permitido deixar a nação, sob sua liderança, sofrer as consequência negativas de ilações e acusações infundadas e formuladas por pessoa sob investigação policial".
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O texto foi regido na quarta-feira (18), quando Temer pediu acesso "integral e irrestrito ao conteúdo de toda e qualquer gravação que tenha o Presidente da República como interlocutor". O áudio provocou a maior crise vivida pelo governo, diante da suspeita de que Temer agiu para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e para atrapalhar a Lava-Jato. Diante da delação da JBS, o presidente passou a ser investigado no STF.
No ofício enviado a Fachin, Temer destacou o impacto do caso no “delicado momento político e econômico”, colocando em risco a "estabilidade econômica conquistada com imenso sacrifício social no último ano". Ele ainda lembrou que as notícias veiculadas sobre a gravação levaram a suspensão das atividades da bolsa e congelaram, por ora, as reformas no Congresso.