O presidente da República, Michel Temer, minimizou, nesta sexta-feira, os baixos índices de popularidade de seu governo. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Temer disse que está mais preocupado em gerar empregos do que aumentar o seu nível de aprovação.
– Não estou minimamente preocupado com popularidade, mas sim em dar emprego e fazer política que dê emprego aos 12 milhões de desempregados. Se ao final do governo eu tiver 3% ou 4 % de popularidade e 12 milhões me aplaudirem por estarem empregados, eu estou satisfeito – respondeu.
Em recente pesquisa realizada pelo Ibope, a gestão Temer alcançou 14% de avaliação positiva, 39% de reprovação e 34% de índice regular. O presidente ainda disse que qualquer pesquisa agora "não é reguladora do governo", por estar há pouco mais de um mês como presidente efetivo.
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Durante a entrevista, Temer também respondeu às criticas sobre a PEC do Teto de Gastos, cujo texto foi aprovado em comissão nesta quinta, e deve ir a plenário na próxima segunda-feira. A medida limita os gastos do governo ao valor investido no ano anterior com reajuste pela inflação.
– Saúde e Educação continuarão prestigiadas. No Orçamento que enviamos para 2017, você verifica que, tanto Saúde como Educação, tiveram aumento de verba em relação a 2016 – argumentou.
Diferentemente do que defendem parlamentares de oposição, Temer reiterou que a PEC trata de um teto global de gastos, e não significa que uma área específica sofrerá com corte de gastos. O presidente ainda afirmou que seu governo continuará prestigiando a população de baixa renda, lembrou do reajuste concedido em sua gestão aos beneficiários do Bolsa Família e à prioridade no programa Minha Casa Minha Vida às famílias com crianças anencéfalas.
Sobre a recente nomeação do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) como ministro do Turismo, Temer minimizou o fato do parlamentar ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação de falsidade ideológica. O presidente disse que se trata de uma matéria administrativa, referente ao período em que Beltrão foi prefeito.
– Tudo indica, pelos precedentes, que não haverá condenação – respondeu.
Temer assegurou que não irá interferir na Lava-Jato, mas criticou a forma como as delações premiadas são utilizadas:
– Hoje é assim, alguém delata alguém e esta pessoa está definitivamente condenada.
O presidente evitou responder se afastará integrantes do governo que venham a ser denunciados na Lava-Jato. Afirmou que os ministros que deixaram o governo por suposto envolvimento em corrupção, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tomaram a iniciativa de pedir exoneração.
O presidente ainda falou acerca de sua relação com a ex-presidente Dilma Rousseff – que pedalava na orla do Guaíba, em Porto Alegre, enquanto Temer falava com a Gaúcha.
– No plano pessoal, tenho todo respeito e consideração, nenhuma observação. No plano institucional, houve equívocos na relação – relatou, citando seu desapontamento com a falta de prestígio do governo anterior pelo programa "Uma Ponte para o Futuro", lançado pelo PMDB.
Por fim, Temer comentou a crise nas finanças e na Segurança do Rio Grande do Sul. Garantiu que está em contato com o governador José Ivo Sartori para encontrar alternativas, mas evitou prometer recursos ou ampliar o apoio da Força Nacional de Segurança, que atualmente tem cerca de 130 agentes no Estado.