O Ministério Público abriu nesta terça-feira inquérito para investigar supostas cobranças irregulares de parte do salário de servidores da prefeitura de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, em benefício do prefeito e pré-candidato à reeleição pelo PP, Telmo Kirst. O possível crime foi gravado pela ex-servidora Adriane Salete Gass no ano passado, quando tinha cargo comissionado (CC), e as imagens entregues à promotoria. Segundo ela, a prática envolvia todos os CCs da prefeitura.
O promotor de Defesa Comunitária do município, Érico Fernando Barin, afirmou em entrevista concedida à Rádio Gazeta que as imagens gravadas e o depoimento de Adriane, colhido nesta terça, "dão indícios de atos administrativos, seja para enriquecimento ilícito daquele que exigiu ou teve algum beneficio, seja por ferir os princípios que regem a administração pública".
– É um depoimento bastante contundente, assim como as imagens. A partir dali, temos elementos suficientes para o início de uma investigação – disse o promotor à rádio, ressaltando que foi aberto inquérito civil com objetivo de investigar possível ato de improbidade administrativa por parte do prefeito, do ex-chefe de gabinete, Edson Azeredo e de sua mãe, Aleci Azeredo.
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Além deles, devem ser ouvidas todas as pessoas que aparecem ou são citadas no vídeo e no depoimento. Barin disse ainda que a denúncia pode gerar reflexos penais e na Justiça Eleitoral.
– Os vídeos foram enviados imediatamente à Procuradoria de Prefeitos do Ministério Público, que trata da parte criminal, e também (foi) comunicado o promotor eleitoral de Santa Cruz do Sul – explicou Barin.
Conforme Adriane, desde o início do atual mandato de Telmo, em janeiro de 2013, mensalmente todos os CCs doavam de forma compulsória 5% do seu salário. Ela, que pediu afastamento do cargo em agosto do ano passado, divulgou as imagens em seu perfil no Facebook na última sexta-feira.
