O deputado estadual Gilmar Sossella (PDT) encaminhou a devolução do processo de cassação do deputado Mário Jardel (PSD) na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia (CCJ) sem parecer para o presidente da Comissão. A matéria havia sido distribuída para Sossella seguindo a grade durante a sessão desta terça-feira. O motivo seria de ordem pessoal, o chamado foro íntimo.
Em fevereiro de 2015, Sossella teve o diploma cassado pela Justiça Eleitoral. Ele foi condenado em 24 de fevereiro daquele ano por crimes eleitorais durante a campanha, mas segue no cargo em razão de uma decisão liminar obtida junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Na decisão, o parlamentar também perdeu os direitos políticos por 8 anos.
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Alvo de operação do Ministério Público, Jardel é acusado de ficar com parte dos salários de funcionários do gabinete, falsificar notas fiscais para receber diárias, possuir funcionário fantasma e até mesmo comprar drogas com dinheiro público. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por crimes como peculato, uso de documento falso, concussão e de pertencer a organização criminosa.
Segundo o blog Cenário Político, da Rádio Gaúcha, o novo relator do processo de cassação de Jardel deveria ser escolhido só na reunião da próxima terça-feira, mas o presidente da CCJ, Vilmar Zanchin (PMDB), decidiu fazer a redistribuição imediata. Assim, o processo caiu nas mãos do deputado Elton Weber (PSB).
No ano passado, Weber foi responsável por analisar o processo que culminou na cassação de Diógenes Basegio.
Aprovação na Comissão de Ética
Por 12 votos a zero, a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa aprovou o relatório que pede a cassação do mandato do deputado estadual Mário Jardel.
Em 25 páginas, o relator do processo, deputado Sérgio Turra (PP), fez um contundente extrato do que seriam as atividades indecorosas de Jardel no exercício do cargo. De acordo com Turra, que citou o depoimento de ex-assessores de Jardel, o deputado fraudou diárias e a indenização veicular, "dentre outras falcatruas orquestradas".
O relator lembrou o envolvimento do deputado com o tráfico de drogas, cuja dependência seria custeada com dinheiro público, além do fato de ter empregado no gabinete a mulher do seu traficante pessoal.
* Com informações da Rádio Gaúcha