Verônica Abdala Sterman, advogada do ex-ministro Paulo Bernardo - preso nesta quinta-feira (23) em operação da Polícia Federal -, negou que o ex-titular do Planejamento no governo Dilma Rousseff tenha fechado contratos de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta-feira (23), Verônica também afirma ter recebido com estranheza a notícia da prisão.
“O ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de cooperação técnica com associações de entidades bancárias e previdência privada. Não havendo qualquer tipo de contrato público, tanto dispêndios por parte do órgão público federal. Sendo assim, dentro do Planejamento, a responsabilidade pelo acordo de cooperação técnica era unicamente da Secretaria de Recursos Humanos, pois por não envolver gastos, a questão sequer passou pelo aval do ministro”, explicou.
“Não tivemos acesso ao processo, mas de antemão dizemos que os fundamentos dessa decisão não preenchem os requisitos do inquérito prisional (...) o ministério do Planejamento não contatou com a empresa Consist. O Ministério do Planejamento fez um acordo de cooperação técnica com a ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e a Sinapi (Sistema Nacional de Índices de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil)”, avaliou. E completou: “Por isso que acusamos com estranheza essa prisão. Não houve um serviço pago, houve um acordo de cooperação técnica”.
O ex-ministro Paulo Bernardo (PT) foi preso na manhã desta quinta em operação da Polícia Federal (PF), em Brasília. Agentes chegaram cedo no apartamento funcional onde a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) mora com o marido. Ele foi preso e será levado para São Paulo. Gleisi está em Brasília e vai se manifestar ao longo do dia. A casa do casal no Paraná também foi alvo de mandados de busca e apreensão.