
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A menos de três meses da eleição interna, as tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) estão definindo os nomes que disputarão a presidência da agremiação no Rio Grande do Sul. A votação entre os filiados está marcada para o dia 6 de julho e pelo menos cinco dos membros estão cotados para concorrer.
Além da organização interna do partido, a escolha terá reflexo direto nas eleições de 2026, tanto na definição das candidaturas quanto na busca por coligações. Hoje, os nomes postos para a disputa majoritária são os do deputado federal Paulo Pimenta e o do presidente da Conab, Edegar Pretto. Uma vitória de ambos na votação interna consolidaria esse quadro, enquanto uma derrota pode embaralhar as cartas.
Atual comandante do partido, a corrente Socialismo em Construção, de Pimenta, apostará no deputado estadual Valdeci Oliveira para manter o controle do partido. Para isso, terá o apoio do grupo de Pretto, que deixou recentemente a Articulação de Esquerda (AE). A composição ainda conta com as tendências Construindo um Novo Brasil (CNB) e Avante.
A AE, que compôs com o grupo de Pimenta no pleito anterior, desta vez lançou o jornalista Júlio Quadros, que foi duas vezes presidente do PT na década de 1990. A corrente prega que o partido deve ter condições de "polarizar política e ideologicamente a sociedade gaúcha".
Com quatro deputados estaduais, a Democracia Socialista (DS), que já foi o maior grupo do PT gaúcho, aposta em Sofia Cavedon para disputar a presidência. A deputada sustenta que o partido deve ter mais aproximação com movimentos sociais e uma atuação mais à esquerda.
Na Resistência Socialista, desponta o nome da deputada estadual Stela Farias, enquanto o Movimento PT lançará Thiago Braga, que afirma a necessidade de aproximação programática com o centro.
Caso nenhum candidato alcance 50% dos votos, os filiados voltarão às urnas dia 21 de julho para decidir um segundo turno. Nessa hipótese, há conversas em andamento para a união entre AE, DS e a Resistência para rivalizar com Valdeci.
Além da eleição estadual, os filiados vão votar, no mesmo dia, para as direções municipais e para o comando nacional do PT, na qual se desenha um embate entre o ex-ministro Edinho Silva e o deputado federal Rui Falcão.