Na 30ª etapa da Lava-Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira, a Polícia Federal cumpre dois mandados de condução coercitiva contra dois funcionários da diretoria de Serviços da Petrobras, apontada como cota do PT no esquema de corrupção na estatal. Eles são suspeitos de envolvimento no recebimento de propinas por empresas fornecedoras de tubos em contratos de mais de R$ 5 bilhões da estatal com a diretoria de Serviços.
Nesta fase, batizada de Vício, as investigações apontam para o pagamento de R$ 40 milhões em propina no Brasil e no Exterior entre 2009 e 2013 por parte de duas grandes empresas fornecedoras de tubos, que teriam utilizado uma construtora de fachada, um escritório de advocacia e transferências no exterior por meio de offshores para fazer os pagamentos ilícitos.
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Além dos dois funcionários da estatal levados a depor, também foi decretada a prisão preventiva dos sócios da construtora de fachada utilizada para fazer o repasse de propinas. No total, foram expedidos dois mandados de prisão preventiva, nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Os pagamentos de propinas foram apontados inicialmente por réus colaboradores, que também pagaram propina à Diretoria de Serviços da Petrobras por meio da empresa investigada. O aprofundamento das investigações, com o auxílio da Receita Federal, da Polícia Federal, da Petrobras e do escritório de investigação autônoma contratado pela estatal, levou à confirmação de que a propina tinha origem em uma grande fornecedora de tubos para a estatal.
Há fortes indicativos da participação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do ex-diretor de Engenharia da Petrobras Renato Duque nos ilícitos. Ambos foram recentemente condenados pelo juiz Sergio Moro a penas de 23 anos e 10 anos de prisão, respectivamente. Duque também já foi condenado em outras duas ações penais, de modo que suas penas hoje somam 50 anos, 11 meses e 10 dias de prisão.