
A passagem do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pelo Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (28), mostrou que não faltam recursos para financiar a transição ecológica e disse que o Brasil está na vanguarda em matéria de energia sustentável. Ex-ministro da Educação, da Casa Civil e da Ciência e Tecnologia, Mercadante participou do 1º Debate do Fórum Democrático da Assembleia Legislativa, batizado de Pacto RS 25, o Crescimento Sustentável é Agora, no auditória da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
O desenvolvimento sustentável em todas as áreas é o tema escolhido pelo presidente da Assembleia, Pepe Vargas (PT) para marcar os debates do Fórum Democrático neste ano. Em 2023, na gestão de Vilmar Zanchin, foi a educação. Adolfo Brito (PP), escolheu a irrigação em 2024.
Antes de entrar no tema da transição ecológica, Mercadante destacou o socorro do BNDES ao Rio Grande do Sul depois da enchente de 2024, lembrando que o banco suspendeu a cobrança dos financiamentos por um ano e injetou R$ 39 bilhões no Estado, salvando empresas que poderiam tem falido em consequência da catástrofe climática.
— É para isso que existe o Estado brasileiro — justificou, ressaltando que em momentos como o que o Rio Grande do Sul enfrentou cabe ao poder público prestar socorro para salvar empresas e empregos.
O presidente do BNDES voltou a ressaltar o papel do Estado ao afirmar que “não haverá transição ecológica sem a participação do Estado”. O BNDES entra com recursos do Fundoclima para financiar projetos de produção de energia limpa, entre os quais citou as fábricas de biocombustíveis.
— O Brasil é o número 1 do G20 em produção de energia limpa e somos o décimo em emissões de gás carbônico, a maior parte provocada pelas queimadas. Temos de parar com esse complexo de vira-lata e achar que os outros países fazem as coisas melhor do que nós — recomendou.
A empolgação de Mercadante com os biocombustíveis vai além da adição de biodiesel ao combustível usado nos caminhões que circulam pelo Brasil. O BNDES apoia projetos de produção do SAF e acredita que será uma revolução mundial quando os biocombustíveis forem usados massivamente no céu (na aviação) e nos oceanos (na navegação).