Os ex-governadores do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (PMDB), Olívio Dutra (PT) e Alceu Collares (PDT) analisaram nesta segunda-feira (27) o resultado das eleições no Estado. Mais uma vez, os gaúchos mantiveram a tradição de não reeleger governadores. Desde que a reeleição foi instituída, em 1998, nenhum governador conseguiu permanecer no cargo para um segundo mandato em solo gaúcho.
Na avaliação de Germano Rigotto, a exigência do eleitor gaúcho é muito maior do que em outros Estados. “Não tem governador no Brasil que seja mais cobrando do que o governador do Rio Grande do Sul”, avaliou.
O peemedebista também citou as dificuldades estruturais (crise nas finanças, no limite da capacidade de endividamento) como um dos fatores que impedem que o governador do Rio Grande do Sul realize grandes investimentos. A mesma visão é compartilhada pelo ex-governador Alceu Collares. Atualmente, o pagamento da dívida do Estado com a União acaba comprometendo parte da receita gaúcha.
“É muito difícil porque a situação financeira do RS é a pior de todos os estados”, sustenta Collares.
Já o ex-governador Olívio Dutra (PT) disse não ver problemas caso um governante não seja reeleito para mais quatro anos. No entanto, reconheceu que a manutenção de um projeto político (ainda que os governantes sejam diferentes) pode contribuir para administração do Estado.
“Eu não acho negativo que não se reeleja um governante. Isso farte de um processo democrático. É bem verdade que é bom que projeto coletivo tenha sequência por mais de um mandato”, analisou.
Olívio Dutra também analisou a eleição nacional sob o ponto de vista da disputa acirrada entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, que foi reeleita.
“A vitória a nível nacional foi muito apertada. Significa que nosso partido ainda tem muito a discutir internamente. Como é que um partido que não surgiu dos gabinetes, mas surgiu dos trabalhadores, vai se acomodando, vai se ajeitando? Isso não é próprio de um partido que quer a transformação”, afirmou.
Os ex-governadores também desejaram a José Ivo Sartori que ele tenha a oportunidade fazer um bom governo. Para o colega de partido, Germano Rigotto, o momento é de união no Rio Grande do Sul.
“Passado o processo eleitoral, todo mundo tem que se unir e acreditar na administração de Sartori", disse.
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