Derrotado pelas sete concessionárias de pedágios na Justiça, o governo Tarso terá de administrar uma queda de R$ 77 milhões na arrecadação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), criada para assumir os polos hoje explorados pela iniciativa privada.
O Piratini, com o auxílio da consultoria Dynatest-SD, projetou receita de R$ 120 milhões em 2013. O cálculo levou em consideração a arrecadação que seria feita com a estatização de 11 praças que estão nas mãos das concessionárias no primeiro semestre do ano, entre abril e junho. O problema é que as empresas obtiveram autorizações judiciais para permanecer à frente das praças até o final de dezembro, em consequência da disputa de interpretações sobre o período correto de extinção dos contratos.
Como resultado do revés judicial, a EGR fechará 2013 administrando apenas os pedágios de Portão, Campo Bom e Coxilha, antes sob responsabilidade do Daer. As três praças, somadas, devem gerar arrecadação de R$ 43 milhões à EGR. Como essa será a receita final da empresa, se impõe a redução de R$ 77 milhões no caixa. O orçamento enxuto terá de ser suficiente para o pagamento de aluguel de imóvel e de veículos, impostos, funcionários e contratação de serviços de manutenção das rodovias. Presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto afirma que será possível fazer a empresa cumprir com as suas obrigações. Ele ressalta que a perda de R$ 77 milhões não deve ser encarada como trágica: ao mesmo tempo em que não virão os recursos das 11 praças concedidas antes de dezembro, também não virão os custos de manutenção das estradas.
Na prática, a arrecadação minorada obrigará a EGR a ingressar em 2014 com o cofre vazio. Pouco capitalizada, dificilmente fará obras de porte no ano eleitoral. Será preciso esperar mais tempo para verificar se o caixa da estatal - aprovada pela população em pesquisa do Piratini - será suficiente para manter as rodovias em boas condições. E, se as estradas forem entregues em más condições pelas concessionárias, poderá faltar dinheiro para uma recuperação imediata.