A Polícia Federal (PF) abriu inquérito na manhã deste sábado (20) para investigar possíveis esquemas de envio massivo de notícias falsas por aplicativos de mensagem como o WhatsApp nas eleições presidenciais deste ano. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
A investigação segue a solicitação feita na sexta-feira (19) pela procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge. Dodge pediu a apuração de "eventual utilização de esquema profissional, por parte das campanhas (seja de Jair Bolsonaro, seja de Fernando Haddad), com o propósito de propagar notícias falsas".
A investigação parte de uma notícia publicada pela Folha de S.Paulo na quinta (18), com evidências de que empresários apoiadores de Bolsonaro pagaram empresas para propagar mensagens contrárias ao PT no WhatsApp.
A investigação da PF, que será conduzida pela sede do órgão em Brasília, tem prazo inicial de 30 dias, mas pode ser prorrogada.
Enviado ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o documento que requer a investigação cita também reportagens do jornal O Globo, publicada na sexta (19), e da BBC, publicada em dezembro do ano passado, sobre o envio massivo de informações que, no entendimento de Dodge, "em tese, podem caracterizar ofensas aos dois candidatos, partidos políticos ou coligações e, também, com conteúdos inverídicos", que podem ser caracterizados como crime.
A procuradora citou trecho da lei eleitoral que define como passível de detenção e multa a contratação, "direta ou indireta, de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou coligação".
"Este quadro de possível interferência, por meios tecnológicos, na formação de opinião dos eleitores sobre os candidatos, com base em possíveis falsas informações ou mensagens ofensivas à honra e à imagem dos candidatos, afronta a integridade do processo eleitoral e é uma nova realidade mundial, que exige investigação com a utilização de um corpo policial altamente gabaritado e equipamentos adequados", escreveu Dodge.