
Faltam menos de duas semanas para a apresentação das propostas de concessão da Maesa, e a avaliação nos bastidores é de que a licitação não deve atrair interessados. Vale lembrar que a abertura dos envelopes já foi adiada em dois meses justamente para que investidores pudessem se inteirar do projeto.
De lá para cá, ao menos dois grupos buscaram informações. Um deles, chinês, não deve apresentar proposta por considerar um investimento menor do que buscam. O outro grupo, com sede no Paraná, fez apontamentos que podem inviabilizar a participação por interferirem na rentabilidade do negócio. O principal deles é a ausência de estacionamento no complexo.
Por conta disso, já se fala em encaminhar ajustes no projeto para eliminar questões que afastam interessados e fazer uma nova tentativa de concessão no futuro. É nesse movimento também que ganha força a transferência de secretarias para o complexo o mais rápido possível, especialmente a da Educação.
A alocação de órgãos administrativos pode gerar uma demanda potencial para o mercado público, mas a avaliação precisa ser cuidadosa. Isso porque o perfil e o objetivo de quem visita uma secretaria não são os mesmos de quem busca as bancas do mercado.
Preservação
A instalação de órgãos municipais, por outro lado, também é importante para a preservação do prédio, que vem apresentando deterioração cada vez mais acelerada. Mas é uma recuperação limitada.
Somente uma ocupação ampla, com atrativos para toda a população e, preferencialmente, com rentabilidade, tem potencial de manutenção permanente. O tempo para agir está diminuindo. Até porque, a cada novo dano, o investimento inicial necessário fica maior.
Enquanto isso

Não são só estruturas internas ou do telhado que desmoronam na Maesa. A marquise na fachada da Rua Plácido de Castro, por exemplo, está escorada há três anos por risco de desabamento. É uma área que recebe eventos com grande movimentação de público, como o carnaval e a feira Maesa Cultural.