Os debates ideológicos marcaram a primeira sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul nesta terça-feira (4). Por quase duas horas, os parlamentares discutiram, e aprovaram por maioria, uma moção de repúdio a uma fala do presidente Lula sobre a tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024. Outro item que também dominou a pauta foi a admissibilidade do pedido de cassação do vereador Hiago Morandi (PL), arquivado por maioria dos votos.
Desde o início da sessão ordinária, os vereadores debateram o mérito ou não da moção de repúdio à fala do presidente Lula em 30 de janeiro: "se não fosse a tragédia no Rio Grande do Sul, teríamos feito superávit pela primeira vez em muitas décadas". Neste momento, as ideologias partidárias falaram mais alto, com embates entre alguns vereadores do PP, PL, PT, PSB e PCdoB, que estenderam a discussão por quase duas horas, em meio a vaias e aplausos do público presente.
Após essa questão, a maioria dos vereadores votou pelo arquivamento do pedido de cassação do mandato do vereador Hiago Morandi (PL). As únicas que votaram a favor da admissibilidade do documento foram Rose Frigeri (PT) e Estela Balardin (PT). No entanto, os parlamentares do PCdoB, Cláudio Libardi e Andressa Marques, revelaram que vão fazer uma denúncia formal ao Ministério Público Federal para que o órgão investigue as ações de Morandi contra os moradores em situação de rua.
Na pauta também estavam os pedidos, de autoria coletiva, da reinstalação da Frente Parlamentar "A Maesa é Nossa", que discute a ocupação do antigo complexo industrial e a instalação da Frente Parlamentar de Conscientização e Defesa dos Direitos dos Autistas. Ambos os projetos foram aprovados. Além disso, foi aceito o pedido de informações do vereador Morandi a respeito de questões burocráticas envolvendo a secretaria da Saúde.
Abertura do ano legislativo com promessas do prefeito
Durante a abertura dos trabalhos da Câmara, o prefeito Adiló Didomenico (PSDB) usou a tribuna para deixar uma mensagem ao Legislativo e destacar algumas de suas promessas para o ano.
No âmbito da saúde pública, o chefe do Executivo informou que terão início a construção da unidade de pronto atendimento (UPA) da Zona Sul; a implantação da telemedicina; a mudança da farmácia do Centro Especializado de Saúde (CES), que atualmente gera longas filas; e a ampliação do projeto Agenda Mais (que trata de agendamento de consultas por telefone).
Didomenico também disse que serão feitos seis piscinões para evitar alagamentos e citou outros projetos que se encontram em execução, como o Aeroporto de Vila Oliva; Mercado Público da Maesa; Parceria Público-Privada (PPP) da Educação, com construção de 31 escolas de Educação Infantil, entrega de obras nos bairros Planalto e Desvio Rizzo; e asfaltamento de vias de grande fluxo.
"A Casa do Povo seguirá sendo sinônimo de participação popular"
O presidente da Câmara de Vereadores em 2025, Lucas Caregnato (PT), também discursou na abertura dos trabalhos:
— O caminho será longo e ainda há muito trabalho pela frente. Anuncio que a Câmara Municipal de Vereadores de Caxias do Sul estará presente nos bairros da nossa cidade e será protagonista nos grandes debates para nossa gente. Cabe a nós, hoje, no presente, a construção da cidade que queremos viver nos próximos 50 anos. A Casa do Povo seguirá sendo sinônimo de participação popular — salientou.
Além disso, Caregnato ressaltou o dever de fiscalização da Casa nas ações do Executivo.
— Além de legislar, estaremos comprometidos em fiscalizar o Executivo, garantindo que os recursos públicos sejam utilizados com responsabilidade e que as decisões da gestão municipal estejam sempre alinhadas com o interesse do povo — reforçou.