O PDT de Caxias do Sul protocolou no início da tarde desta segunda-feira (6) mais um pedido de cassação do vereador Sandro Fantinel (sem partido). O documento tem como base as declarações feitas pelo parlamentar no início do mês passado durante sessão da Câmara. Na ocasião, ele disse que os indígenas estavam morrendo de fome porque não querem mais caçar nem pescar.
— Na últimas semana, acompanhamos as manifestações do vereador, quando disse que foram duas ou três palavras, quando fala em lapso mental. Acessamos a sua manifestação no dia 2 de fevereiro, quando subiu à tribuna da Câmara Municipal e atacou os indígenas, o que nos leva a crer que não há lapso mental. Há a intenção de atacar e discriminar — diz a presidente municipal do PDT, Cecília Pozza.
O documento protocolado no Legislativo tem o trecho do discurso de Fantinel. Nele, o vereador diz o seguinte:
"Eles querem a comida, a roupa, o iPhone. Eles querem a internet, eles querem tudo. Não é, gente. E aqueles que estão aparecendo na televisão, a maior parte deles faz parte da Amazônia venezuelana, que vieram para cá para matar a fome. Entendem? Então, gente, o que eu quero dizer para vocês é muito claro, isso é informação da ONU, não é nada de informação de quinta categoria."
O PDT sugere que o pedido pode ser anexado aos demais processos de cassação já em trâmite. O partido pede que seja remetido o processo que for instaurado ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul.
Além de Cecília, assinam a denúncia os presidentes dos movimentos pedetistas de Caxias do Sul.
Na sessão de quinta-feira (2/2), o pedido de cassação de Fantinel apresentado pelo ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu foi acolhido. Outras três denúncias foram apresentadas e anexadas à representação — uma do PDT de Caxias, uma de Davi Catarino Santana, secretário-geral do Patriota, e uma conjunta das Defensorias Públicas dos Estados da Bahia e do Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (3), mais um pedido de cassação, de autoria de seis eleitores, foi protocolado na Câmara.
O processo contra Fantinel ocorre em função das falas preconceituosas na tribuna no dia 28 de fevereiro quando comentava a operação que resgatou 207 trabalhadores em trabalho análogo à escravidão na colheita da uva.