Adiló Didomenico (PSDB), 68 anos, é o prefeito eleito de Caxias do Sul. Paula Ioris, também do PSDB, será a vice-prefeita. A chapa fez 59,57% dos votos válidos, atingindo a marca de 135.970. Significa que, a cada 5 eleitores que escolheram um dos dois candidatos, 3 votaram em Adiló e 2 em Pepe Vargas (PT), que fez 40,43% dos válidos, aumentando sua votação em relação primeiro turno para 92.707. É a primeira vez que o PSDB governará Caxias. A confirmação matemática da vitória de Adiló deu-se às 18h12min, apenas 72 minutos depois de fecharem as urnas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recuperou-se da má performance do primeiro turno e entregou os resultados com a agilidade costumeira. Os 100% dos votos apurados foram totalizados às 18h54min.
A primeira parcial, divulgada apenas 10 minutos depois do fechamento das urnas, às 17h10min, já desvendava a eleição e projetava a vitória do candidato tucano. Adiló tinha 2.854 votos, ou 59,06% dos votos válidos. O resultado final revela que os apoios quase integrais dos partidos, coligações e candidatos que não passaram para o segundo turno foi decisivo. Houve dissidências nesses apoios apenas no PDT e no PSB, que liberaram os filiados. Assim, Adiló nem precisou de um recuo das abstenções, que, ao contrário, cresceram. Passaram de 24% dos eleitores no primeiro turno para 25,37% agora. A adesão vinda dos apoios fez a votação do tucano passar dos 15,45% dos votos válidos em primeiro turno para 59,57% agora. Outro fator adicional é a permanente rejeição e perda de espaço do PT em Caxias do Sul, que não conseguiu até agora, desde a reeleição de Pepe à prefeitura em 2000, recuperar terreno.
Adiló também movimentou-se com larga antecipação no cenário eleitoral, enquanto outros partidos só reagiram no fim do prazo das articulações eleitorais. Desde o ano passado, ele fez movimentos importantes, como a saída do PTB e o ingresso no PSDB, e costurou o apoio de um importante e cobiçado cabo eleitoral, o deputado estadual Neri, o Carteiro (Solidariedade).
A TRAJETÓRIA
Adiló chega à prefeitura como culminância de uma trajetória que começou em Caxias do Sul aos 17 anos, quando chegou de sua cidade natal, Marau, como ele dizia na campanha, "com uma mão na frente e outra atrás" para uma vaga de trabalho na Madezatti. Nesse período, tornou-se empreendedor no ramo do comércio, casou-se, teve quatro filhos e experimentou uma grande perda, com o falecimento de sua esposa. Ingressou no PTB em 1989, partido em que militou a maior parte do tempo, presidiu o Conselho de Administração da Codeca, depois foi presidente da Codeca durante 8 anos, no governo de José Ivo Sartori (MDB) e secretário de Obras e Serviços Públicos no governo de Alceu Barbosa Velho (PDT). Está cumprindo seu segundo mandato como vereador. É bacharel em Economia com especialização em marketing.
Dono de um perfil sereno, ao mesmo tempo politicamente perspicaz, Adiló é um conhecedor da cidade e tem forte vínculo e proximidade comunitária, fruto de suas atuações à frente da Codeca e da Secretaria de Obras. A partir de 1º de janeiro de 2021, será a hora de passar das promessas às soluções. Desde já, começa o desafio da montagem do governo. O tempo de Adiló chegou.