
O agora prefeito afastado Daniel Guerra (Republicanos) pagou o preço por seu jeito de governar. Desde o início do seu governo, colecionou conflitos e atitudes de enfrentamento ou revide. Provavelmente a mais emblemática ao longo da turbulenta trajetória de menos de três anos à frente do governo, por seu caráter ilustrativo, tenha sido a que envolveu o chamado "corretivo" contra o presidente da associação dos moradores do Cânyon, Marciano Corrêa.
Há um sem número de outros conflitos, que se estabeleceram a partir de uma falta de diálogo reconhecida e identificada de forma generalizada por entidades representativas da comunidade. E deve ser incluído no pacote o mau jeito na relação com os vereadores. Até o líder do governo, Renato Nunes (PR), em uma fala contundente e emocionada neste domingo, momentos antes da votação, disse que tentou alertar o prefeito. Em vão.
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O prefeito não alterou seu jeito e seu estilo, mesmo diante da luz amarela, que foi se avermelhando, de um pedido de impeachment após o outro, até chegar a sete. Neste domingo histórico para Caxias, 22 de dezembro, Guerra pagou o preço. Talvez nem tanto pelos tópicos da última denúncia contra ele, que são frágeis. Mais por seu jeito de governar.
O prefeito-gestor foi um mau gestor de sua relação com a comunidade.