O enfrentamento entre a cúpula da Secretaria da Segurança Pública e Proteção Social e os agentes da Guarda Municipal teve um novo capítulo no final de semana passado. Um grupo de guardas participaria de um treinamento de direção tática no campo de provas da empresa Randon, no sábado (17), por convocação do secretário Ederson de Albuquerque Cunha. O curso era destinado prioritariamente aos motoristas das novas camionetes L200. Por volta das 16h de sexta (16), o titular da pasta cancelou a capacitação.
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Uma nota redigida por guardas municipais diz que o cancelamento ocorreu após o secretário tomar conhecimento da lista dos servidores que participariam do curso e atribuem a decisão à perseguição que a administração do prefeito Daniel Guerra (PRB) vem cometendo contra integrantes da guarda. A medida gerou nova revolta da corporação.
Cunha assinou um documento determinando a “imediata” substituição dos guardas convocados para a primeira turma do curso que seria realizado no sábado. Ele pediu que fosse apresentada uma nova lista. O documento diz ainda que os agentes convocados participariam do curso em uma nova data:
"Os funcionários da empresa (Randon) passaram a última sexta-feira envolvidos com a logística da qualificação, com a preparação da pista e a execução dos testes preliminares necessários, entretanto, o secretário de Segurança, coronel Cunha, ao ver a lista de servidores escolhidos para o curso, decidiu cancelar em cima da hora."
Após a comunicação da decisão de Cunha, um grupo de guardas se reuniu com o secretário para manifestar o descontentamento da tropa diante da postura adotada pela cúpula da Secretaria da Segurança nos últimos meses. A nota diz que após uma longa conversa, Cunha admitiu o erro de ter cancelado o curso e tentou reverter a decisão, mas foi não obteve êxito:
"Essa situação só inflama ainda mais a situação entre o secretário e a corporação, que percebe uma espécie de boicote vindo da secretaria contra a GM".
A nota ressalta que a manifestação de contrariedade não partiu dos delegados sindicais da categoria e do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) como alega a administração, que atribui as reivindicações a motivos politiqueiros.
CONTRAPONTO
O que diz a prefeitura, por meio da assessoria de imprensa:
"Todos são assuntos internos que estão sendo tratados dentro da secretaria".