Com a relatoria do processo de impeachment do prefeito Daniel Guerra (PRB) nas mãos do vereador Elói Frizzo (PSB), um dos adversários mais contundentes do prefeito na Câmara de Vereadores, dias muito difíceis para o governo vêm pela frente. O vereador nunca escondeu seu desejo de ver Guerra fora da prefeitura — e não é o único.
Frizzo, ex-diretor-presidente do Samae, é alvo dos ataques feitos pelo prefeito, quando ele se refere ao governo anterior e às articulações eleitorais derrotadas em 2016, após 12 anos, colocando todos sob suspeição. No dia seguinte ao sorteio que o levou à condição de relator do processo, ele disse que não entraria no mérito do que consta no pedido de impedimento, mas emitiu um alerta. Afirmou que o prefeito está apagando fogo com gasolina, referindo-se à demissão de médicos grevistas e ao projeto da venda da Farmácia do Ipam.
As declarações do vereador ao longo deste primeiro ano de Governo Guerra — e foram muitas — não deixam dúvida sobre seu pensamento.
O que Frizzo disse em 14 de novembro:
"Eu tenho convicção absoluta de que hoje, se fosse chamada uma nova eleição, esse prefeito não ganharia essa eleição. Aliás, se dependesse de mim, se dependesse só de mim, esse prefeito já estaria fora do Paço Municipal."
O que Frizzo disse em 28 de novembro:
"O povo vota com a ideia de acertar, com a ideia da mudança, com a ideia de melhorar, mas quem, como nós, conhecíamos o projeto que se gestava aqui de (Fernando) Collor. E que, se Deus quiser, vai ter o mesmo destino do Collor."
Agora é aguardar a defesa e o consequente parecer prévio. São os indicativos do desfecho. O veredito vai a plenário. Lembrando que foram 18 votos a quatro pela admissibilidade da denúncia. Passou com folga. Frizzo não dará um parecer sem a certeza de que será acatado.