A situação se complicou. A permanência do prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (PRB), no cargo dependerá muito da reação de seus apoiadores e de possíveis medidas a serem adotadas em relação aos setores que centralizam o pedido de impeachment, que teve a admissibilidade aprovada na terça-feira pela Câmara de Vereadores. E, claro, contestar a acusação de descumprimento da legislação.
Quando se fala em apoio popular, é bom frisar que vai bem além das manifestações em redes sociais. Não bastasse a aprovação da admissibilidade, Elói Frizzo (PSB), forte opositor deste governo, será o relator. Frizzo não economiza ao expressar seu antagonismo em relação ao prefeito. O vereador foi o primeiro a falar na sessão de ontem, anunciando que o PSB votaria favorável ao acolhimento da denúncia e, assim, abriu o caminho.
E fez questão de citar um bordão, frequente na Casa desde que as manifestações se intensificaram.
– Quem bota, tira.
Recado dado.
O prefeito, que concedeu entrevista no final da tarde, optou por demonstrar tranquilidade, sem admitir que tenha cometido alguma falha. Ele manteve a agenda e foi ao Hospital Pompéia acompanhar a encenação do Presépio Vivo.
Guerra tem certeza de que não perderá o mandato, porém, confiança não é suficiente. Deveria buscar a aproximação com os principais setores em ebulição com suas medidas.
Além disso, queira ou não, os votos são políticos e não se pode esquecer o descaso que Guerra costuma dar ao Legislativo. O resultado de 18 a quatro mostrou isso.
Aliás, deve ter adversário soltando foguete...