
O clima pesado na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul entre alguns vereadores de oposição – principalmente Rafael Bueno (PDT) – e Renato Nunes (PR) levou a uma manifestação do vereador Alberto Meneguzzi (PSB), sugerindo que a Comissão de Ética Parlamentar entre em campo. Trata-se de suposta ofensa do assessor de Nunes, Fábio Campelo, ao pedetista na sessão de terça-feira.
A informação é de que, após Bueno ter se pronunciado na tribuna, passou por Campelo, que teria dito ao vereador: "Te cuida, gazelinha". O presidente da Câmara, Felipe Gremelmaier (PMDB), solicitou que os assessores saíssem do plenário. A bancada do PDT deve protocolar nesta quinta-feira um ofício à Comissão de Ética.
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O assessor tem outra versão. Estranha, até. Disse que usou a expressão mazela –"Sai daí, mazela"–, referindo-se a alguém que está sempre chorando, reclamando. Campelo diz que não fez intimidação ao vereador, pelo contrário, foi provocado.
Porém, a versão parece não ter respaldo. Pelo menos no que se viu quanto à colocação de Meneguzzi, na terça-feira:
– Ofender um outro vereador que saiu da tribuna, seja ele qual for, não pode acontecer aqui nesta Casa. Isso é muito sério. Acho até que a Comissão de Ética deve analisar isso. Eu não sei, eu não conheço o Regimento Interno ao todo para sugerir isso, mas não pode um vereador ocupar a tribuna e ser ofendido, ser ameaçado por um assessor de outro vereador aqui nesta Casa. Isso está ficando um pouquinho demais – disse Meneguzzi.
– Enquanto falava da tribuna, ele (Campelo) me encarava. Foi vaiado por quem estava no plenário – disse Bueno.
O pedetista ressalta que Nunes e o assessor já estão passando dos limites e diz que não sabe o que eles podem fazer.
– O vereador tem o direito legítimo do uso da palavra – lembra, enfatizando que a Câmara baixou o nível com a chegada de Nunes – afirma Bueno.
E acrescenta:
– Se querem me intimidar, erraram o pulo.
O vereador Rodrigo Beltrão disse ao Mirante que não ouviu toda a frase, apenas a última palavra, que foi "gazelinha". O assessor de um vereador também confirmou.
Já Campelo ressalta que Bueno estava falando de CCs do Governo Daniel Guerra (PRB), chamando-os de compadres, comadres, afilhados e, quando deixou a tribuna passou por ele e disse: "Tua esposa também". Foi aí que o assessor teria usado o termo "mazela". Sua esposa, Michele Campelo, é CC da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
– É mentira, não intimidei ninguém. Inventam o que querem – afirma.