Criação da frente de esquerda em Caxias está na estaca zero

A criação de uma frente de esquerda proposta pelo PT na semana passada com a participação do PCdoB e do PSOL para a eleição municipal, ao que tudo indica, não deve prosperar. Passada uma semana do anúncio da intenção, os três partidos ainda não se reuniram para discutir o assunto. Nesse período, a pré-candidatura de Pepe Vargas (PT) ganhou força.

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A presidente do PT, Silvana Pirolli, pretende se reunir com os presidentes dos outros partidos na próxima semana. Segundo ela, a intenção é discutir a atual conjuntura política com as siglas que estão na luta contra o “golpe” e “o governo ilegítimo de (Michel) Temer contra a presidente (afastada) Dilma Rousseff”.

Silvana ressalta que a intenção é apresentar um candidato da esquerda para a população caxiense, mas reconhece que há dificuldades de colocar em prática o plano.

– Podemos chegar à conclusão de que o melhor é que os diferentes partidos se apresentem com candidaturas próprias – considera.

O presidente do PCdoB, Déo Gomes, diz que não recebeu nenhum contato para tratar sobre o assunto e que sabe da intenção do PT pela imprensa. Apesar de não descartar a possibilidade de aliança, Déo ressalta que a indicação da pré-candidatura de Assis Melo está lançada desde outubro do ano passado.

– Se alguma corrente democrática quer contribuir com a candidatura do PCdoB, vamos conversar. O PCdoB indicou um pré-candidato a prefeito e essa opinião não foi alterada nenhum milímetro.

Déo descarta qualquer outro caminho para Assis Melo – seja concorrer a vereador, a vice-prefeito ou não concorrer.O comunista não vê a necessidade de os partidos de esquerda estarem juntos para as eleições. Segundo ele, a bandeira central no país não é ser de esquerda ou de direita.

– A bandeira central é defender a democracia e a Constituição de 1988. Os golpistas querem retroagir à pré-Constituição de 88. A defesa da Constituição não é tarefa só para a esquerda – destacou.

O pré-candidato a vice na chapa do PCdoB deve sair do próprio partido.– Não conversamos com ninguém e nenhum partido nos procurou – disse.

Questionado sobre a viabilidade da criação da frente de esquerda, Déo disse:

– Não tenho a menor ideia, quem está propondo que responda.

Decisão do PSOL será da militância

A tendência do PSOL é de apresentar uma chapa própria para a eleição municipal. Segundo a presidente da sigla em Caxias do Sul, Anaí de Souza, há uma indicação de o partido construir uma candidatura pura para apresentar as propostas de governo. Ela diz ainda que, em uma composição com PT e PCdoB, o PSOL ficaria de fora da chapa majoritária. Apesar da indicação da candidatura própria, Anaí considera válida a criação de uma frente de esquerda.

– Acredito que, dentro das perspectivas atuais, (a formação de uma frente) é bem válida. Teria de sentar para conversar. Mas a decisão depende da nossa militância – ressalta.