O ex-prefeito José Ivo Sartori concedeu uma entrevista à coluna Mirante, do Pioneiro, por telefone, da praia de Torres, pois, nesta segunda-feira, ele participa da reunião do diretório estadual do PMDB, em Porto Alegre. No local, a sigla começará a ter algumas definições para uma pré-convenção marcada para 15 de março.
Sartori frisa que espera que na pré-convenção de março não seja apenas discutido o nome do candidato e, sim, propostas de mudanças do Estado para o encaminhamento de coligação.
Ele evita falar numa possível adesão à candidatura de Eduardo Campos. Sobre sua presença na disputa, diz que ainda há um mês pela frente (até a pré-convenção) e esta condição não está colocada. Confira abaixo a entrevista do ex-prefeito.
Mirante: Após essa reunião em Antônio Prado, o que evoluiu sobre a pré-candidatura?
José Ivo Sartori: Tinha acontecido já em Monte Belo do Sul. Fico acarinhado com as manifestações e o desejo. Respeito muito. Acho que isso é importante, mas, por enquanto, vou esperar, e acho que foi bom para ser preparatório para o dia 15 de março, quando o partido vai fazer uma pré-convenção. Eu espero que nessa pré-convenção o partido não vá atrás apenas de buscar um candidato, mas vá atrás também de buscar propostas de mudanças para o Rio Grande do Sul, no sentido de ter propostas estratégicas para recuperar a autoestima, o orgulho do Rio Grande, a vontade e a disposição de mudar esse cenário de desconfiança e de alterar os procedimentos e fazer uma caminhada. Eu espero que o partido seja capaz, no dia 15, de apresentar propostas para o encaminhamento das transformações e modificações que precisamos fazer no Rio Grande do Sul, e, depois dessa proposta, o encaminhamento de coligação de um mínimo de pacto pelas transformações do Rio Grande do Sul numa caminhada que seja comprometida com uma mudança. Essa caminhada tem que ser coletiva, de entendimento generalizado, e saber que mudanças precisam ser feitas e precisa existir sustentabilidade para recuperar as finanças, modificar a infraestrutura e ter evidentemente uma visão estratégica do futuro do Rio Grande do Sul.
Mirante: Em Antônio Prado, o senhor disse que nunca faltou ao partido sempre que foi chamado...
Sartori: Eu vou contribuir dando minha opinião, minha posição, e o partido vai escolher o melhor caminho e a melhor solução.
Mirante: Entre esses aspectos de mudança e alianças, está a questão em âmbito federal. Essa é uma condição sua?
Sartori: Eu nunca falei nada em relação a isso. Eu ouvi, vi, li, muita gente fala, dentro, fora do partido, nos outros organismos, em todos os lugares. Por enquanto, o partido está liberado para discutir e tem que fazer esta discussão interna para ver qual o melhor caminho que o partido tem que tomar. Não existe nenhuma opinião minha que vocês registrem ela em qualquer lugar.
Mirante: Se a decisão for de que o PMDB-RS não precisará apoiar a candidatura presidencial da presidente Dilma, do PT, e que poderá coligar com outro partido...
Sartori: Em nenhum momento eu coloquei qualquer condição básica em relação a isso. O que precisa ser feito é o partido no Rio Grande do Sul definir qual é o caminho e qual é a orientação que ele oferece. E, a partir dela, todos os filiados vão acompanhar a decisão, porque o partido precisa ter unanimidade e unidade. Se o partido decidir isso e tiver essa caminhada, nós vamos acompanhar a decisão do partido.
Mirante: A decisão do partido em torno de nome já é conhecida.
Sartori: Por enquanto não está em discussão isso, está se organizado para uma pré-convenção no dia 15, quando devem ser discutidas as diretrizes mais importantes para o Rio Grande do Sul, independentemente do nome. O nome deve ser uma consequência da proposta, da coligação e da caminhada que o partido deseja fazer, o partido tem que decidir qual é o caminho que ele tem que fazer. E eu vou me comportar como membro do partido e militante.
Mirante: Mas o seu nome com certeza vai ser colocado. E aí, qual será sua posição?
Sartori: Não sei, podem ser outros nomes, tem nomes importantes no partido. Tem pessoas que têm uma liderança extraordinária, têm uma grande experiência, vivência, tanto no Rio Grande do Sul como na vida do país. Eu sou apenas um acompanhante deste processo.
Mirante: Nesta segunda-feira, em Porto Alegre, será tomado encaminhamento?
Sartori: Acho que a discussão será única e exclusivamente sobre se será realizado ou não e de que forma será a pré-convenção do dia 15 de março.
Mirante: A tendência de quem defende seu nome é de apoio a Eduardo Campos?
Sartori: Não existe nenhuma decisão do partido. (O partido) está conversando com vários partidos, com outros segmentos e organizações, no sentido de viabilizar um amplo leque de alianças.
Mirante: O senhor é pré-candidato?
Sartori: Não existe esta condição, isso vai ser discutido agora e depois no dia 15 de março. Tem um mês pela frente. E, oficialmente, só vai acontecer de 10 a 30 de junho, durante o período da Copa do Mundo, que ninguém sabe o que vai acontecer até lá. É muito tempo pela frente. Oficial e legalmente, as candidaturas só vão acontecer no final do mês de junho. Não existe nada de concreto e real até o momento, as pessoas estão se mobilizando, isso é muito importante. Temos que ter uma boa proposta para o Rio Grande do Sul e o nome será uma consequência da proposta que nós tivermos.
Mirante: O seu nome vem sendo levantado por muitas pessoas, talvez pela maioria. O que precisa então para o senhor aceitar uma candidatura?
Sartori: Tem que ter vontade, disposição. Até o momento, mesmo que eu receba com carinho as manifestações, essa questão ainda não está colocada.
Partido
PMDB estadual se reúne para começar a definir rumos nas eleições deste ano
Ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori, cotado para concorrer ao governo, espera que reunião aborde não só nomes, mas propostas para o Estado
GZH faz parte do The Trust Project