O fim das doações de campanha eleitoral por pessoas jurídicas, em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), pode favorecer a prática do caixa dois, conforme opiniões de alguns líderes partidários em Caxias do Sul. O cientista político João Ignacio Pires Lucas também tem esse entendimento.
- Estas preocupações com o financiamento de campanha são esteticamente bonitas, mas não tendem a produzir maiores efeitos e, sim, favorecer o caixa dois - define o cientista político.
Resultante de uma ação direta de inconstitucionalidade, movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a matéria foi à votação em 12 de dezembro e obteve quatro votos a favor pelo fim da doação de empresas para campanhas eleitorais. Houve pedido de vistas, o que acabou suspendendo a sessão. Faltam sete votos. O STF está em recesso de verão.
Pires Lucas entende que proibindo-se a doação de empresas não significa que não haverá caixa dois na campanha. Pelo contrário, para ele haverá estímulo às contribuições "por debaixo dos panos".
- Hoje se sabe quais empresas doam. Essa medida (de acabar com as doações), de forma isolada, tem efeito pequeno. Duvido que vá inibir os financiamentos escusos.
O presidente do PDT, partido que comanda a prefeitura, vereador Pedro Incerti, é favorável ao fim das doações de empresas. Ele entende que seria salutar.
Financiamento de campanhas
Líderes políticos de Caxias do Sul avaliam o fim de doações por empresas em apreciação no STF
Possibilidade é de que a medida favoreça o caixa dois
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