O grande desafio do novo prefeito e 23 vereadores de Caxias do Sul é reduzir os efeitos da vala social aberta durante o desenvolvimento da cidade. Caxias tem indicadores de qualidade típicos de países europeus, mas sofre os efeitos da alta concentração de renda.
Um dos exemplos disso é que todos os itens que compõem o Índice de Desempenho Industrial registraram crescimento no oitavo mês do ano: utilização da capacidade instalada (2,6%), horas trabalhadas (7,1%), compras industriais (3%) e vendas industriais (5,6%).
Todos, exceto um: a massa salarial teve queda de 3,7%. Adotado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada para medir a desigualdade econômica entre moradores de um mesmo espaço geográfico, o Índice Gini revela que Caxias amarga uma das maiores desigualdades econômicas do país.
Enquanto no Estado e no Brasil o Índice Gini é de 0,50, em Caxias atinge 0,40. A escala, que varia de um a zero, indica que, quanto mais próximo de um, maior o abismo entre os que têm mais e os que têm menos dinheiro. Os gestores eleitos neste domingo terão R$ 1,2 bilhão por ano (orçamento da prefeitura) para reduzir os efeitos de tamanha desigualdade e concentração de renda.
Nem prefeito, nem vereadores podem reajustar salários na indústria ou no comércio, mas espera-se que invistam na capacitação profissional dos trabalhadores, vagas em creches e na educação infantil, serviços de saúde e transporte público, entre outros. Assim, essa vala social ficará menos profunda.
