
Quatro pessoas são investigadas e podem ser indiciadas por maus-tratos no caso do sumiço do cachorro comunitário Negão, em Vacaria, que foi localizado com vida nesta segunda-feira (28) após quatro dias de buscas.
Na manhã da quinta-feira (24), dois homens recolheram o animal na Rua Libório Rodrigues, no centro da cidade, e o colocaram em um veículo oficial da prefeitura. Depois disso, o bicho não foi mais visto.
Dois suspeitos foram identificados como ocupantes de cargos de confiança (CCs) da secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente. Eles foram exonerados junto com o titular da pasta, Fernando Pedroso.
De acordo com o delegado Anderson Silveira de Lima, além dos três funcionários públicos, um dentista é investigado. Ele teria, segundo a polícia, pedido o recolhimento de Negão e transportado o cão até Bom Jesus. Lá, o animal teria sido abandonado.
Segundo a Brigada Militar (BM), o bicho foi encontrado na BR-285, nas proximidades do trevo do Carauno, em São José dos Ausentes, a cerca de 100 quilômetros de distância do ponto onde costumava ficar e ser cuidado por moradores.
— O dentista acaba sendo decisivo porque ele faz a reclamação, recebe o animal e leva para Bom Jesus. Esse crime está (previsto) na lei 9.605/1998, de crimes ambientais, artigo 82, maus-tratos contra animais. Os quatro indivíduos vão ser investigados por infração ao artigo 32 da lei dos crimes ambientais — explica o delegado Lima, que complementa que a pena, em caso de responsabilização, varia de dois a quatro anos.
Com a localização de Negão, a investigação está nos estágios finais, aponta o delegado. O animal está sob os cuidados da ONG Amigo do Bicho.