A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já está investigando os seis assassinatos ocorridos na noite desta quinta-feira e a possibilidade de a chacina do bairro Planalto ser uma retaliação ao triplo homicídio no bairro Primeiro de Maio, no dia 10 de julho.
O delegado Rodrigo Kegler Duarte acredita ser prematuro estabelecer uma relação entre os crimes recentes e o anterior, mas não descarta, já que sabidamente os bairros têm atuação de facções rivais:
– Estamos avaliando se estes últimos fatos que aconteceram (na noite de quinta) têm relação com aquele triplo homicídio.
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Sobre o crescente número de mortes violentas no município, o delegado acredita que possam sim ser decorrentes da briga entre facções que gerenciam o tráfico de drogas na cidade:
– É uma hipótese bastante forte que eu avalio. É bem possível que isso esteja acontecendo. Pelo cenário que vemos, a probabilidade é bastante grande — disse o delegado.
A atuação de facções em Caxias se iniciou a partir do segundo semestre de 2015.
– Primeiro veio uma e, depois, a outra. Eles começaram um conflito. Aparentemente, a ação deles estancou por um período e, agora, começou de novo um confronto. No momento em que começa o confronto, uma (facção) quer tomar o território da outra. Nisso, existem alguns bairros que são mais visados, onde acontecem os casos mais graves – analisou o delegado.
Especificamente, os bairros Planalto e Primeiro de Maio seriam onde, em tese, segundo a polícia, ficam as bases de uma e de outra facção.
No trabalho de identificação dos autores dos crimes, pleo menos dois fatores dificultam a investigação. Um deles é o grau de violência empregada que acaba por afugentar possíveis testemunhas. O outro é o modo em que ambas as facções agem: conhecedores da cidade, os operadores locais dos grupos criminosos, que são ramificações de facções da Região Metropolitana, identificam os alvos e contam com integrantes de fora para executar os crimes.
– Pessoas nascidas em Caxias que abraçam determinada organização e conseguem o apoio na execução. Geralmente, utilizam carros clonados ou roubados, que logo são descartados. Os casos, pela violência em que são desenvolvidos já dificultam bastante a prova testemunhal. Muito pior, quando essas pessoas (executores) vêm de outra região, onde o reconhecimento por uma possível testemunha se torna inviável.
Ainda não há suspeitos para os crimes desta quinta-feira.