Correção: A conclusão do inquérito policial indicou que rapaz sofreu um ferimento profundo no pescoço causado pelo impacto contra o para-brisa do Fusca, e não a perícia oficial. A informação incorreta permaneceu publicada entre 08h desta segunda-feira até 15h32min.
A Justiça determinou à Polícia Civil de Carlos Barbosa que cumpra e justifique porque não entregou ao Fórum, no prazo determinado, a complementação dos laudos periciais sobre a morte de Guilherme Corrêa de Quadros. O jovem, natural de Garibaldi, morreu em 19 de março de 2017, após se envolver em um acidente de trânsito em Carlos Barbosa. Em despacho no dia 31 de julho, a juíza Cristina Margarete Junqueira cobra que a determinação anterior, de 10 de maio, seja cumprida com urgência.
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A decisão atendeu à solicitação dos advogados Dinamara Lusa Tessaro e Anderson Altini Baldasso, que representam a família do rapaz. A reportagem contatou o delegado de Carlos Barbosa, Leônidas Costa Reis. Ele disse que já pediu a complementação dos laudos periciais ao Instituto Geral de Perícias (IGP), e que só irá se manifestar sobre o caso após receber os documentos.
O inquérito foi reaberto após a defesa apresentar ao Ministério Público novas evidências que contestam o fato de o jovem ter morrido no acidente. A defesa alega que ele foi agredido gravemente em uma briga momentos antes, e que o ferimento é que teria provocado a colisão naquela madrugada.
De acordo com a advogada, após a reabertura do inquérito policial, 12 pessoas e um jovem, suspeito de ter se envolvido na briga, prestaram novos depoimentos. A intensão da defesa é provar que a morte de Guilherme ocorreu em virtude das agressões, e não do acidente de trânsito, como apontou inicialmente a polícia. Dinamara explica que para que o processo siga, é preciso que a complementação dos laudos periciais.
— O prazo inicial era de 30 dias. Mas já se passaram mais de dois meses e ainda aguardamos o cumprimento por parte da polícia, do pedido de complementação de perícia pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), requerida pelo Ministério Público, e determinado pela juíza — detalha a advogada.
Como não houve avanço referentes aos laudos, novo despacho foi encaminhado à policia no último dia 2 de agosto.
ENTENDA O CASO
Guilherme Corrêa de Quadros, 19 anos, morava em Garibaldi. Ele morreu na madrugada de 19 de março do ano passado, no Hospital São Roque, em Carlos Barbosa, após ser retirado do Fusca que dirigia. De acordo com a polícia, o jovem havia deixado a Rua Coberta sozinho e colidiu o veículo primeiro contra um parquímetro na Rua Rio Branco, no Centro. Após, seguiu dirigindo até perder novamente o controle do Fusca e bater contra uma Saveiro estacionada na rua. Na sequência, atingiu a grade de uma residência na Rua José Raimundo Carlotto, no Vila Nova. Socorrido, o jovem morreu pouco depois.
A conclusão do inquérito policial indicou que rapaz sofreu um ferimento profundo no pescoço causado pelo impacto contra o para-brisa do Fusca. A família não concordou com o inquérito e contratou uma perícia particular para comprovar que o rapaz foi agredido antes de colidir o veículo. O laudo não oficial indica que o rapaz morreu em virtude dessas agressões. Segundo os peritos, as provas, testemunhas e análises de câmeras de vídeo apontam que o jovem sofreu as lesões que lhe causaram o corte profundo no pescoço antes de embarcar no Fusca. O corte teria levado à perda de sangue, o que fez com que ele não conseguisse mais controlar o veículo.