Remonta a tempos cavernosamente pré-históricos esse nosso hábito diário (e civilizado) de apertarmos as mãos uns dos outros como forma de cumprimento. “Eis a primeira mão de um homem honesto que aperto neste dia”, brincou alguém comigo, dia desses, em certo lugar, já no avançar da tarde. Ele estava brincando, naturalmente. Não que eu não seja honesto (eu sou, né, pô!). Mas certamente a minha não foi a única mão apertada pela dele ao longo do dia até o instante de nosso encontro. É pouco provável que, até aquele momento, não tenha apertado a mão de ninguém. De qualquer forma, mesmo sem perceber, meu amigo evocava, por meio do chiste, a verdadeira essência da origem desse cumprimento tão presente em nosso cotidiano, gesto ao qual o dia de hoje, por sinal, é dedicado.
Marcos Kirst
Mão estendida desde a caverna
O que há milênios não muda é a necessidade que temos de verificar gestos de boa vontade
Marcos Kirst
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