Kamla Persad-Bissessar será a próxima primeira-ministra do arquipélago de Trinidad e Tobago, anunciou nesta terça-feira a comissão eleitoral, que confirmou os anúncios feitos pelos partidos.
O Congresso Nacional Unido (UNC), de Kamla, que retorna ao poder uma década após ela ter sido primeira-ministra, liderou as eleições parlamentares. Segundo a contagem preliminar, o UNC conquistou 26 cadeiras, e o Movimento Nacional Popular (PNM), do atual premier, de centro-esquerda, ficou com 13.
O resultado final ainda pode mudar, uma vez que vários partidos, entre eles o UNC, apresentaram queixas. Após o fim da apuração, a comissão eleitoral vai enviar os resultados à presidente Christine Kangaloo, que pedirá a Kamla para formar o novo governo, o que deve ocorrer ainda nesta semana, segundo analistas.
As pesquisas apontavam o favoritismo da ex-primeira-ministra, que ocupou o cargo entre 2010 e 2015 no país de 1,4 milhão de habitantes, marcado nos últimos anos pela violência das gangues, crise econômica e por desastres naturais recorrentes.
O ex-primeiro-ministro Keith Rowley, que renunciou em março, após 10 anos no poder, reconheceu a derrota do PNM. O revés recaiu diretamente sobre o atual primeiro-ministro, Stuart Young, que tentava permanecer no poder e havia assumido o comando do governo após a renúncia de seu colega de partido.
Em Trinidad e Tobago, uma democracia parlamentar, o modelo de votação é similar ao da antiga potência colonial britânica. A campanha eleitoral terminou na noite de sábado com comícios do PNM e do CNU.
Conhecido por seu carnaval e suas praias, esse país caribenho de língua inglesa, de 1,4 milhão de habitantes, passa por uma grave crise de segurança e saiu apenas neste mês do estado de emergência decretado em dezembro de 2024.
Trinidad e Tobago é o segundo maior produtor de gás do Caribe e enfrenta um período de recessão econômica, que espera superar explorando o campo de gás "Dragon", que compartilha com a Venezuela.
Mas os Estados Unidos revogaram neste mês a permissão que autorizava Trinidad e Tobago a desenvolver o campo, na tentativa de sufocar a economia venezuelana por meio de um esquema de sanções contra o governo de Nicolás Maduro.
* AFP