
Bagres e carpas já estão à venda na Feira do Peixe Vivo que se iniciou nesta terça-feira (15), na Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul. O preço do quilo é tabelado e praticado pelos quatro produtores que comercializam o pescado com o mesmo valor do ano passado.
Cada um deles espera vender, até quinta-feira (17), data do encerramento da feira, entre quatro e cinco toneladas. O volume de peixe vendido, portanto, deve ser parecido com o do ano passado, quando cerca de 20 toneladas foram vendidas em três dias.

Para que a venda ocorra, o trabalho nas propriedades começou ainda no último final de semana. Em Forqueta, Telmo Capelletti secou mais uma vez os açudes para oferecer peixes que pesam de um a 10 quilos:
— Já são 15 anos que trabalhamos na feira, é um processo que se faz a cada semana santa de armazenar os peixes nos tanques para trazer aos poucos para a praça.
O peixe vendido por Capelletti garante a refeição da família de Celis Oliveira que celebra, na Sexta-feira Santa, além Paixão de Cristo, o aniversário de 56 anos:
— Vamos comer em quatro e gastei R$ 35. Faço o peixe no forno, com nata, batata e tomate. É uma tradição.

Mesmo preço, custo maior
As carpas cabeçuda, prateada e húngara são vendidas a R$17,50 ao quilo. Carpa-capim e bagre têm preço estabelecido, de R$ 21 e R$ 23,90, respectivamente.
O preço é o mesmo do ano passado, mas, segundo o produtor Luis Carlos Perini, poderia ser maior se estivesse contido nele o reajuste da ração dada aos peixes. No entanto, manter o mesmo valor da proteína em 2025 é, para ele, uma forma de incentivar o consumo e não ter que devolver os peixes para os açudes.
— Percebemos no ano passado um consumo um pouco menor, chegou a sobrar um pouco e algumas espécies não aceitam voltar para o açude, acabam morrendo. Nem todos querem levar o peixe dessa forma, preferem comprar já limpo no mercado — diz.

É a necessidade de manusear o peixe vivo e fresco, escolhido e comprado na praça, que pode afastar clientes que procuram mais comodidade para a refeição que antecede a Páscoa.
Problema para uns, tradição para o vigilante Mauro Lima Moreira, 60 anos, que nas primeiras horas de venda garantiu duas carpas para o almoço em família:
— A moral da história é preparar. Faz parte do processo, é como se fosse o sacrifício feito por Jesus. Acho que toda história não tem sentido se não tiver uma caminhada. Tudo tem que ser do início, buscar de mão beijada ou quase pronto não tem graça, é uma simbologia que dá valor ao trabalho que se teve, não só o nosso de limpar, mas também de quem o pescou.
As espécies e preços:
- Carpas (cabeçuda, prateada e húngara) - R$ 17,50/kg
- Carpa-capim - R$ 21/kg
- Bagre - R$ 23,90/kg