
Caxias do Sul contabiliza 596 focos de dengue e 27 casos da doença em 2025, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No entanto, não é possível se vacinar contra a doença no município nas redes pública e privada.
No ano passado, laboratórios e farmácias ofereceram poucas doses do imunizante na rede privada. Neste ano, o estoque não foi reposto pelas redes.
Na Unimed e no Alfa Vacinas, por exemplo, não há nem previsão de chegada de doses. A Central de Vacinas da Unimed informou que as doses não estão liberadas para a compra da rede privada. Em redes de farmácias, o imunizante também está indisponível.
Já a rede Dr. Vacina espera receber poucas doses nos próximos meses, mas sem previsão de data. Por isso, quem tiver interesse pode deixar o nome na lista de espera. Cada dose sai por R$ 550 à vista. São necessárias duas doses.
No Sistema Único de Saúde (SMS), Caxias do Sul não receberá doses do Ministério da Saúde. O critério utilizado para a distribuição é o histórico de casos de dengue dos últimos 10 anos.
O público-alvo na campanha do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, são jovens entre 10 e 14 anos. Na rede privada, a vacina pode ser aplicada em todas as faixas etárias para as quais está indicada, dos quatro aos 60 anos. A imunização completa ocorre com a administração de duas doses, que devem ser aplicadas com intervalo mínimo de 90 dias entre elas.
Por enquanto, o imunizante distribuído é da fabricante japonesa Takeda, mas em fevereiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-ministra da saúde Nísia Trindade anunciaram acordo para produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue.
A partir de 2026, a expectativa é de que sejam disponibilizadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo, conforme a demanda e a capacidade produtiva. O objetivo é atender a população elegível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) entre 2026 e 2027.
Para quem o imunizante não é indicado?
Uma nota técnica conjunta da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), publicada em julho do ano passado, aponta que a Qdenga é contraindicada para os seguintes casos:
- Hipersensibilidade a qualquer componente da formulação ou após dose anterior de Qdenga.
- Imunodeficiências primárias ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras.
- Pessoas que vivem com o vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas, quando acompanhada por evidência de função imunológica comprometida.
- Gestantes.
- Mulheres de qualquer idade que estejam amamentando.