Moradores e empresários dos bairros Cidade Nova e de Linha São Giácomo, em Caxias do Sul, buscam soluções para reduzir acidentes e facilitar o fluxo no km 73 da RS-122. O ponto é um dos principais gargalos do trecho urbano da rodovia e é conhecido como trevo de acesso à Fundação Marcopolo. Empresas do entorno chegaram a adquirir um conjunto de sinaleiras para a implantação na rodovia, mas até agora não houve nenhuma menção de que os aparelhos, de fato, serão instalados.
Soluções para o entroncamento são uma demanda antiga da comunidade. Desde fevereiro de 2023, no entanto, o trecho é administrado pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), que tem projeto para duplicação da rodovia. O contrato prevê a entrega da obra até o fim de janeiro de 2026, mas até agora o trabalho não tem prazo para iniciar devido à catástrofe climática de maio, que exigiu a reprogramação dos investimentos.
De acordo com Daniel Longaray, proprietário de uma empresa nas proximidades do entroncamento, há cerca de um ano e meio há conversas com o município para adoção de uma medida paliativa até a duplicação sair do papel. A prefeitura não é responsável pela rodovia, mas se comprometeu a encaminhar uma parceria com a CSG.
Em uma reunião há cerca de um ano com o prefeito Adiló Didomenico, um grupo de empresários se dispôs a comprar as sinaleiras necessárias para instalação. A aquisição ocorreu há seis meses ao custo de R$ 70 mil. Ao mesmo tempo, o município ficou com a tarefa de desenvolver o projeto de semaforização.
Segundo o empresário, o risco de acidentes ocorre devido à alta velocidade e à existência de duas faixas no sentido Litoral-Farroupilha. Isso faz com que um veículo encubra o outro e prejudique a visibilidade de quem cruza a rodovia. Além disso, o alto fluxo nos horário de pico torna quase impossível passar de um lado a outro da pista.
— Os empresários não conseguem mais aguardar por uma solução definitiva, o risco é muito grande. Estamos abertos a qualquer tipo de solução. A sinaleira seria o ideal, mas, se não pode ser, então que apresentem uma alternativa — apela Longaray.
A mobilização da comunidade, que promete manifestações, conta com o apoio também de líderes e moradores dos bairros Forqueta, Industrial, Mariani e loteamento Reserva do Vale.
Estudos rejeitados
Segundo o secretário de Trânsito, Alfonso Willembring, a partir do acordo com a comunidade, a pasta elaborou e encaminhou o projeto de implantação das sinaleiras à CSG. A concessionária, no entanto, pediu estudos técnicos para tomar uma decisão.
— O retorno deles foi que o próprio estudo aponta que sinaleiras não são a melhor solução. É claro que não são, mas o estudo também diz que não é inviável. Poderá se alegar que reduziria o nível de serviço da rodovia, mas isso tem possibilidade de ajustes — afirma.
Redutores de velocidade também não são a melhor alternativa, na visão de Willembring, já que não facilitariam os retornos como fariam as sinaleiras. Conforme o secretário, as conversas com a CSG continuam para tentar encaminhar uma solução.
— Entendemos que tem que ter estudos, mas ficamos de mãos atadas. Estamos no meio do caminho, não temos mais a quem recorrer — afirma Longaray.
A situação no km 73 é semelhante à ocorrida no acesso a Forqueta, onde o município também tentou instalar um semáforo, sem sucesso. Naquele ponto, porém, a CSG reabriu o antigo retorno que havia sido fechado em frente ao pelotão do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e estendeu a faixa de espera no canteiro central.
Sobre o trevo do bairro São Giácomo, a concessionária disse em nota que a avaliação técnica verificou que "a implantação de semáforos ocasionará formação de filas, atrasos e redução na velocidade operacional da rodovia, especialmente nos horários de pico. Além disso, ficou evidenciado que a semaforização não é a solução mais adequada. A região integra um cronograma de obras previstas no contrato de concessão, contemplando melhorias viárias. Para mitigar impactos e aumentar a segurança, a concessionária avalia a instalação de redutores eletrônicos de velocidade".