Albertina Alves Albuquerque, 113 anos, recebeu nesta quarta-feira (1º) o título de Cidadã Caxiense. O ato ocorreu na Câmara Municipal com o objetivo de valorizar o papel comunitário desempenhado ao longo dos anos pela mulher e, também, por ela ser a cidadã mais longeva de Caxias do Sul. A iniciativa do título foi idealizada pelo vereador Alexandre Bortoluz (PP).
Nascida em 9 de novembro de 1909, em Bom Jesus, Albertina se mudou para Caxias em 1974, com o falecido esposo, Ramon Antônio do Nascimento, parceiro de vida por quase 30 anos. Ao longo da vida, vivenciou impactos de fatos históricos como as duas Guerras Mundiais, Guerra Fria, Gripe Espanhola e a mais recente pandemia da Covid-19. A centenária é apenas 19 anos mais nova que Caxias, que completou 133 anos este ano.
Exercendo atividades como costureira e agricultora quando mais nova, aos 113 anos continua com a produção de colchas de retalhos e travesseiros de fibra, que são doados para famílias em vulnerabilidade social. Durante o ato de recebimento do título, Albertina falou ao microfone sobre a homenagem.
— O que eu já fiz de coisa neste mundo velho. Ajudei minha família. Minha vida, quando chegava do serviço, eu esperava ela. Acendia uma velinha ou duas e rezava. Sempre agradeci a Deus. Se Deus quiser e vai ser, ele decide o fim da minha vida — disse ela.
Com uma família formada por três filhos, dez netos e cinco bisnetos, recebeu a reportagem do Pioneiro em junho deste ano e lembrou sobre a vida, os casamentos e as despedidas. Na conversa, relembrou que os pesos de se tornar centenária é se acostumar com a perda de pessoas amadas.
Irmãos, vizinhos, familiares e o grande amor de Ramon, são algumas das lembranças que carrega junto com a bagagem da própria história. Apesar das dores das despedidas, Albertina tem fé em Deus e na vida e afirmou ao Pioneiro que, para as pessoas que tiverem a oportunidade, ou não, de encontrar com ela, deseja duas únicas coisas.
— Saúde e felicidade para quem eu conheço e para quem não conheço. É isso o que desejo para o mundo inteiro — disse a Cidadã Caxiense.