O Colégio Madre Imilda, de Caxias do Sul, pretende iniciar o ano letivo de 2023 com um projeto inédito na Serra. A intenção da instituição é colocar em funcionamento, a partir de fevereiro, um planetário dentro da escola. A estrutura ocupará o espaço de uma antiga sala de aula e terá as obras iniciadas na semana que vem, quando começa o período de férias escolares. A inauguração também integra as festividades do aniversário de 95 anos do colégio, comemorado em março do ano que vem.
A sala será totalmente reformada, incluindo pintura em tinta de cor preta, a retirada do forro e a demolição de parte das paredes. O espaço, então, receberá uma estrutura, construída sob medida, em formato de meia esfera, com cerca de seis metros de diâmetro. Com um projetor ao centro, o planetário terá de 30 a 35 assentos inclinados para acompanhar o que é apresentado no teto. O projeto é desenvolvido pela empresa Fulldome, de Santa Catarina, especialista na área.
— Já encomendamos uma série de programas com sistema solar, com a lua, os movimentos da Terra, aspectos de biologia, estudos dos oceanos... Vai ser uma grande sala para experiência científica — enfatiza o coordenador pedagógico geral do colégio, Toni Olsen.
O planetário estará à disposição de todos os estudantes da escola, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. A intenção é que num futuro breve, após o atendimento interno, o espaço possa ser visitado pela comunidade. Para isso, estudantes dos anos finais serão capacitados para atuarem como instrutores.
O professor de Geografia Miquelangelo Barcelos, que também está à frente da iniciativa, explica que o software utilizado permite, por exemplo, uma "viagem" no tempo e no espaço, mostrando como estava a posição dos astros em determinada noite, à escolha do espectador.
— Por exemplo, podemos mostrar, a partir de cálculos, como estava o céu de Caxias no dia em que você nasceu. Também podemos ver a posição, em termos de coordenadas, de como o sol vai se pôr daqui a mil anos, ou amanhã ou ontem. É uma verdadeira viagem no tempo — detalha o professor.
"A escola precisa, cada vez mais, ter espaços de autonomia"
A construção do planetário dentro do Colégio Madre Imilda quer ir além do estudo dos planetas ou das estrelas. O coordenador pedagógico-geral, Toni Olsen, diz que é uma preocupação da instituição um ensino voltado à formação, à experiência e à autonomia. Por isso, há o investimento de espaços pedagógicos alternativos.
— A escola precisa, cada vez mais, ter espaços de autonomia, de construção, de conhecimento, interativos. Precisamos pensar no aluno como protagonista. Por isso, estar na escola precisa ser uma experiência, vivenciada com todos os sentidos — defende o coordenador.
O planetário ficará no térreo do colégio, próximo à biblioteca, à sala de idiomas, do acesso ao pátio e o centro de convivência dos estudantes. Para o ano que vem, a escola também planeja outras obras, como a repaginação da fachada e a inclusão de um elevador panorâmico.