O avanço da pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul resultou em duas regiões classificadas em bandeira preta, consideradas de risco altíssimo, algo inédito em 32 rodadas do modelo de distanciamento controlado do governo do Estado. As regiões de Bagé e Pelotas devem ter restrições mais rígidas a partir da próxima semana. A região da Serra continua na bandeira vermelha, classificação que indica risco epidemiológico alto.
O mapa preliminar foi divulgado no fim da tarde desta sexta-feira (11). Os municípios e associações podem recorrer até domingo (13). Porém, pela primeira vez, a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), decidiu não recorrer da classificação atribuída pelo governo do Estado. O entendimento da associação é que a média da região não está favorável e não está havendo conscientização da população.
Na região da Serra, 14 municípios podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local. Confira aqui.
Bagé e Pelotas receberam a bandeira preta, segundo o governo estadual, devido à constante redução de leitos de UTI livres e o aumento de casos de contágio e de internação por coronavírus. Apenas Cruz Alta recebeu classificação final de bandeira laranja (risco epidemiológico médio). Além da Serra, outras 17 estão na bandeira vermelha.
A bandeira preta é a restrição máxima prevista pelo modelo de distanciamento controlado, e significa que tanto a capacidade hospitalar como o contágio por coronavírus alcançaram níveis críticos na região.
Segundo o Palácio Piratini, o Rio Grande do Sul observou aumento em quase todos os indicadores monitorados pela equipe do distanciamento controlado. Houve elevação, nos últimos sete dias, de 14% nas hospitalizações por covid-19 (de 1.174 para 1.338 casos), que alcançou o maior número desde o início do monitoramento. Também é o número mais elevado de pacientes em UTI, em leitos clínicos e de óbitos.
As mortes cresceram 15% nesta semana, chegando a 409 registros. Como resultado, há o menor número de leitos livres (407) no Estado, bem como a menor razão de leitos livres para cada ocupado (0,44), que baixou de 0,5 também pela primeira vez. Por isso, o governo do Estado reforça a necessidade de a população seguir os protocolos e as regras sanitárias estabelecidas pelo modelo.