Caxias do Sul já cria estratégias para armazenar e aplicar as doses da vacina contra o coronavírus quando elas forem encaminhadas ao município. A ideia é começar a aplicação de doses em profissionais que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e moradores de casas asilares. Ainda não está definido quantas pessoas seriam imunizadas nas primeiras etapas porque isso dependerá do número de vacinas que o município irá receber. Assim como em outras campanhas, as remessas chegam ao Estado e, depois, são enviadas às cidades.
Ainda não há data específica para a chegada dessas primeiras remessas, mas o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, lançado pelo Governo Federal, prevê que haverá vacinação de grupos prioritários no primeiro semestre de 2021. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde já havia apresentado uma versão do documento, no último dia 12. Na versão final, anunciada no dia 16, o governo ampliou o número de pessoas que serão vacinadas na primeira fase.
"As informações contidas neste plano serão atualizadas conforme o surgimento de novas evidências científicas, conhecimentos acerca das vacinas, cenário epidemiológico da covid-19, em conformidade com as fases previamente definidas e aquisição dos imunizantes após aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)", diz parte do texto do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.
Com a divulgação do plano, a Secretaria da Saúde de Caxias já começa a se planejar levando em conta as demais campanhas do Ministério da Saúde:
— Pelo pronunciamento do ministro da Saúde e pelo plano apresentado ao STF será como as demais vacinas do Ministério da Saúde. Não se sabe ainda qual a vacina, nem quando começa a imunização, mas já estamos planejando a troca de geladeiras por câmaras frias para armazenar as doses — explica o secretário da Saúde, Jorge Olavo Hahn Castro.
As vacinas devem ser estocadas tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), quanto no setor da Vigilância Epidemiológica:
— Temos as condições necessárias para o armazenamento das vacinas, e a ideia é começar com os profissionais de saúde, moradores de asilos e idosos com mais de 75 anos. Claro que isso também pode estar sujeito a modificações.
Ele explica ainda que mesmo diante da situação incerta a secretaria tem condições de começar a vacinação assim que estiver liberada para começar a aplicação:
— É tudo muito incerto ainda, não há data, nada foi divulgado ainda, mas a cobertura do Ministério da Saúde é muito boa, bem distribuída, levando em conta as demais vacinas. Temos condições de vacinar em pouco tempo o público-alvo, basta ter as vacinas — garante ele.
Em entrevista concedida ao Pioneiro na quarta-feira (23), Daniele Leandra Meneguzzi, que assumirá a Secretaria Municipal de Saúde a partir de 1º de janeiro de 2021, disse que a gestão pretende dar conta de um preparo para armazenar as vacinas e começar a imunização assim que as doses chegarem à Caxias:
— A questão da vacinação a SMS tem um plano, e precisamos aguardar as definições do Estado que é quem irá nos repassar as doses que receber do Ministério da Saúde. Vamos estar 100% preparados com um planejamento traçado para atender a população prioritária prontamente — garantiu.
Estado articula ações
Na quinta-feira (24), m entrevista ao programa Timeline nesta o governador Eduardo Leite falou sobre a expectativa de imunizar a população gaúcha contra a covid-19. Ele afirmou que aguarda definições do Ministério da Saúde e que, paralelamente, já firmou convênio para comprar diretamente a CoronaVac, a vacina produzida no Instituto Butantan, em São Paulo, com a companhia chinesa SinoVac. Os estudos clínicos de fase 3 do imunizante foram concluídos e revelaram que o imunizante é seguro e eficaz no combate à covid-19. O Estado, no entanto, não tem previsão de comprar o imunizante.
O plano de distribuição e armazenamento das vacinas no Estado foi discutido em reunião virtual realizada ainda na terça-feira (22), na Secretaria da Saúde (SES). Integrantes do Centro de Operações de Emergência (COE) e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) apresentaram as linhas gerais da infraestrutura da rede de frio para armazenamento de vacinas e da logística de distribuição que será montada em conjunto com os municípios.Em publicação da SES, a titular da pasta, Arita Bergmann, afirma que o Estado tem condições de armazenar e distribuir todos os tipos de vacinas uma vez que está com a rede de frios organizada e ainda conta com a experiência do Programa Estadual de Imunizações (PEI), que hoje conta com 18 Centrais Regionais de Frio, uma Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi), dois Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – Cries (um Estadual e um do município de Porto Alegre).