O estudo sobre coronavírus no Rio Grande do Sul chega a segunda etapa neste final de semana. Entre este sábado e domingo, os pesquisadores devem visitar mais 500 domicílios de Caxias do Sul para aplicar um questionário e fazer testes rápidos nos moradores.
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A meta é abranger 4,5 mil pessoas nas nove cidades gaúchas que participam da pesquisa – além de Caxias, Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí e Passo Fundo. Em cada município, são sorteados aleatoriamente os domicílios a serem visitados. Em cada casa, um novo sorteio determina o morador que irá realizar o teste rápido.
A pesquisa é inédita e foi encomendada pelo governo do Estado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que a realiza em parceria com outras 12 instituições de Ensino Superior, entre elas a Universidade de Caxias do Sul (UCS). O objetivo é mapear os casos de coronavírus em solo gaúcho, avaliar a velocidade de disseminação da covid-19 e fornecer subsídios para estratégias de saúde pública baseadas em evidências científicas.
Por meio do estudo é possível saber quantas pessoas já tiveram contato com o vírus, tendo ou não apresentado sintomas, e obter a evolução quinzenal do contágio no Estado. Na primeira fase, ocorrida nos dias 11, 12 e 13 de abril, os dados apontaram que o número de pessoas que já contraíram o vírus é cerca de sete vezes maior do que o de casos notificados.
Para que o estudo alcance o número de pessoas necessário, é preciso que a população receba os entrevistadores. São profissionais voluntários da área de saúde, com identificação do estudo e com equipamentos de proteção individual, como máscaras, óculos, luvas e jalecos. A pesquisa tem o apoio das secretarias de saúde, centros de vigilância epidemiológica e órgãos de segurança pública municipais.
– O objetivo do estudo é avaliar a evolução da pandemia no estado através de medidas seriadas dos resultados da sorologia contra a covid-19. Então, as diferentes rodadas da pesquisa a cada 15 dias nos permitirão esta avaliação, assim como estão as medidas de isolamento social nos diferentes municípios – explicou a epidemiologista Mariângela Silveira, que integra a comissão de pesquisa na UFPel.
Como funciona
Durante a visita, os entrevistadores aplicam um breve questionário e coletam uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos. O teste rápido detecta a presença de anticorpos, que são defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a dez dias da data de contágio pelo vírus. Dentro desse período, o resultado pode apontar negativo, mesmo que a pessoa tenha contraído o coronavírus. Em caso de resultado positivo, os participantes recebem um informativo com orientações e, em seguida, são contatados para acompanhamento e suporte da secretaria de saúde local.
A previsão é de que os resultados sejam divulgados pela coordenação da pesquisa e governo do Estado na terça-feira. Serão apresentados em separado e também em uma publicação com a somatória dos dados da primeira fase. O estudo é financiado pela Unimed Porto Alegre e Instituto Cultural Floresta, ambos do Estado, e Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro, no valor de R$ 1,5 milhão. O cronograma inclui uma terceira e quarta fases previstas para ocorrerem de 9 a 11 de maio e de 23 a 25 de maio, respectivamente.