Interditado há seis anos, o auditório do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza obteve o certificado de aprovação do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). O cumprimento desta etapa representa o avanço no projeto de liberação do uso do maior auditório de Caxias do Sul, com 1.016 lugares. No entanto, a desinterdição não está garantida. O colégio, um dos principais da cidade, precisa de recursos para a obra, algo que o Estado ainda não tem garantido.
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O orçamento é de cerca de R$ 200 mil e foi entregue por representantes da escola à Secretaria de Educação do Estado no final do mês passado. Conforme o chefe da Seção de Segurança Contra Incêndio do 5º Batalhão de Bombeiro Militar, major Lucio Junes Lemes da Silva, a desinterdição depende de cumprimento de determinadas exigências. Entre elas, laudo elétrico conclusivo sobre a situação das instalações com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do engenheiro, laudo de controle de material de acabamento e revestimento de paredes, piso e forro, além de emissão do alvará de PPCI.
— A desinterdição somente irá ocorrer após a vistoria do Corpo de Bombeiros Militar — destaca.
Conforme o auto de interdição de 2013, faltavam equipamentos básicos de segurança, como extintores de incêndio, barras antipânico nas portas, sinalização e iluminação de emergência. Outros apontamentos foram problemas na rede elétrica e a falta de treinamento de pessoas para utilizar os sistemas de prevenção. O auditório do Cristóvão tem paredes revestidas com carpete, um dos motivos apontados para risco de incêndio. As cadeiras são de madeira e o piso, de parquet.
De acordo com o vice-presidente do Círculo de Pais e Mestres (CPM), Álvaro Kerwald, o PPCI aprovado nos bombeiros foi doado por um engenheiro, que é ex-aluno da escola. Kerwald explica que o projeto prevê, por exemplo, aplicação de produto retardator de chamas no carpete e nas cadeiras, nova instalação elétrica, portas antipânico, alarme de incêndio, um hidrante e uma caixa d'água de 15 mil litros.
A diretora da escola, Roseli Bergozza, aguarda posicionamento do Estado sobre o investimento. Segundo ela, havia a promessa de arcar com as despesas até os R$ 150 mil, mas o orçamento ficou um pouco acima deste valor.
— O auditório faz uma falta enorme para apresentações, palestras. Quando eu quero juntar as estudantes do curso Normal, não tem um lugar em que todas caibam. Tem também a mostra de talentos, grupo de teatro, pessoal da dança (que demandariam o espaço) — comenta.
Para a diretora, o auditório também poderia servir como uma fonte de lucro para a escola, dentro das normas legais, com a locação do espaço para a iniciativa privada.
Contraponto
Segundo a Secretaria Estadual de Obras e Habitação, o auditório está incluído no projeto de obra emergencial, que ainda está sendo elaborado e pode levar mais de um ano para ficar pronto antes de ser encaminhado para licitação.
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