
O Ministério Público (MP) deu parecer favorável à concessão de liminar solicitada pela prefeitura de Caxias do Sul à Justiça para desocupação do complexo da Maesa pela Metalcorte Fundição, mais conhecida como Voges. O parecer da promotoria sobre o caso foi solicitado pela juíza Maria Aline Vieira Fonseca, da 2ª Vara da Fazenda Pública, após uma tentativa de conciliação terminar sem acordo no fim do mês de julho.
Leia mais:
Plano de ocupação da Maesa, em Caxias, terá três etapas
Voges paga aluguéis atrasados da Maesa, em Caxias, em conta judicial
Prefeitura garante manutenção emergencial no complexo da Maesa, em Caxias
No documento, assinado em 2 de outubro, o promotor Alexandre França considera que o município foi razoável nos prazos dados e na prorrogação deles para que a empresa desocupasse o prédio.
"Da análise de tal situação, resta evidenciado ter o Município de Caxias do Sul agido de forma cautelosa e atento às dificuldades enfrentadas pela empresa ora executada, em recuperação judicial, concedendo-lhe lapso temporal mais do que suficiente para a desocupação da área em questão (mais de um ano), o qual, ressalta-se, foi pactuado com a empresa, e não imposto à mesma", afirmou, em trecho do texto.
O promotor apontou que o interesse da comunidade na utilização do complexo deve ficar em primeiro plano. Como o município afirma que só pode fazer um estudo completo da estrutura após a saída da empresa de fundição, o promotor considerou o argumento de que a desocupação é necessária.
"Sendo a desocupação do local medida que se impõe, a fim de que sejam efetivados os projetos para ocupação e utilização do complexo pelos cidadãos caxienses e da região, com a maior brevidade possível", escreveu.
França também sugeriu que seja dado um prazo "plausível" a partir da decisão judicial para que a empresa deixe o complexo. A sugestão é seja de 60 dias, considerando que a decisão judicial já virá depois do prazo final fixado em Termo de Ajustamento de Conduta entre a empresa e o município, que era de 31 de julho. Conforme ele, a ideia é que uma multa pela permanência só seja cobrada após esse período.
No entanto, é importante reforçar que o Ministério Público deu apenas um parecer a pedido da juíza que analisa o caso. É dela que virá a decisão sobre a liminar e, posteriormente, o julgamento definitivo.
Procurada, a Metalcorte Fundição preferiu não se manifestar.