O prejuízo que o temporal da madrugada da segunda-feira deixou na Escola Estadual de Ensino Fundamental Ângelo Chiamolera, no interior de Bento Gonçalves, na comunidade de Faria Lemos, só será contabilizado ao longo desta semana. A chuvarada e a ventania ergueram o telhado improvisado do colégio, que estava coberto somente por uma lona, e o segundo piso da instituição ficou completamente alagada. O estrago certamente poderia ter sido evitado, já que a lona servia como telhado desde junho, quando outra tempestade ergueu as telhas do colégio. Segundo a 16ª Coordenadoria de Educação (16ª CRE), as obras que irão reparar a cobertura da escola devem começar nesta semana.
Os alunos terão aula no salão comunitário do distrito por tempo indefinido. A mudança afetará a vida de 150 estudantes, incluindo uma turma de ensino infantil, que era atendida em espaço cedido para a prefeitura. As crianças dessa turma serão realocadas para a Escola Municipal de Ensino Fundamental Floriano Peixoto, em Tuiuty.
— Nós tentaremos dividir as crianças por espaços, conforme a série, também no salão, e usaremos as mesas da comunidade. Já pedimos aos professores que mudem um pouco da metodologia do ensino e a adaptem para a nova realidade, em função da infraestrutura improvisada — lamenta a vice-diretora Nádia Pissaia.
Se o prejuízo financeiro será calculado posteriormente, os professores já enumeram as perdas. Era no andar superior que funcionava o laboratório de informática, as salas administrativas, a biblioteca e o ensino infantil. A água danificou parte dos 10 computadores, boa parte do acervo de livros e o espaço de aulas para crianças com deficiência, além de estrago de móveis, alguns recém-comprados, como duas estantes da biblioteca que custaram R$ 10 mil aos cofres do colégio.
— Estamos preocupados com a possibilidade de continuar chovendo, como é a previsão, pois o primeiro andar já está sendo atingido também. Está alagando a cada vez mais — afirma.
Foi às 15h de 11 de junho que o primeiro temporal castigou o colégio. As crianças estavam em sala de aula quando o vento ergueu o telhado. O pânico dos alunos foi aplacado com a transferência das aulas para o primeiro andar, e a expectativa era que em poucos dias a situação se resolvesse. No entanto, tudo que foi feito em três meses foi a colocação da lona.
— Quando vi que o tempo fechou ontem, eu me desesperei. Logo pensei no colégio, e aconteceu o que a gente temia. É desumano colocar eles todos enfileirados no salão tendo aula, os alunos não mereciam isso. É um descaso público —lamenta a mãe que presidente o Conselho Escolar, Fabiane Framia.
O QUE DIZ A 16ª CRE
:: O coordenador da 16ª CRE, Leonir Olimpio Razador, afirma que a ordem de início de serviço para os reparos na escola Ângelo Chiamolera deve ser emitida até, no máximo, esta terça-feira.
:: A obra deverá reparar, além do telhado, também a cerca da instituição. A estimativa é que custe R$ 120 mil.
:: A empresa que executará a obra, em caráter de emergência, é a 4D Construções. Segundo o titular da 16ª CRE, o período para início das obras respeitou aos processos exigidos pelo Estado.
— Se dependesse de mim, já estava pronto. Mas as obras começarão logo a seguir, foi preciso respeitar a vistoria técnica, a elaboração, a aprovação do projeto e o empenho da obra — explica.