O Projeto Plástico do Bem, iniciativa do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), proporcionou à garotada que participa dos cursos de operador de logística e de auxiliar de cozinha ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) um mergulho no universo do plástico nesta quarta-feira. Trinta e dois estudantes, entre eles 14 portadores de deficiência que são atendidos pelo Senai em parceria com a Express, a Fundação de Assistência Social (FAS) e a Marcopolo, ouviram o diretor executivo do Simplás, Zeca Martins, explicar sobre a composição de objetos como o controle remoto da televisão, a tela do celular, roupas, pacotes de salgadinhos e garrafas.
A ideia, segundo Martins, era mostrar a diferença entre os diversos tipos de plásticos e a importância desse conhecimento na hora de separar corretamente os resíduos e reaproveitá-los. Para Martins, preocupar-se com o que sobrou do que é consumido todos os dias pelas famílias é essencial para transformar o planeta.
— Se faz uma campanha de combate contra o material plástico, mas não é o plástico que polui, é o homem, que não coloca as embalagens no lixo, não separa e não descarta corretamente. O plástico não é lixo. Ele é matéria-prima e pode se transformar infinitamente se tiver o destino correto. Queremos usar uma linguagem universal sobre o direcionamento correto de cada tipo de plástico para reciclagem — avalia.
Atenta à importância de mostrar aos alunos na prática o que aprendem em sala de aula, a instrutora Cristiane Duso soube da iniciativa e entrou em contato com o sindicato para solicitar a participação dessas duas turmas no projeto:
— Dentro do currículo, os estudantes aprendem sobre a reciclagem e, como o plástico está em praticamente tudo, é importante que eles entendam a importância do material, da separação correta.
Lição de casa: separar plásticos rígidos, limpos e secos
A finalidade do projeto Plástico do Bem é preservar o meio ambiente, estimular a reciclagem entre crianças e adolescentes e, ao mesmo tempo, gerar renda extra para instituições de ensino. Antes de finalizar o bate-papo, o diretor Zeca Martins passou a lição de casa aos alunos: separar plásticos rígidos. Ele explicou que só serão aceitos materiais limpos e secos para não comprometer as demais coletas. São aceitas garrafas PET, embalagens de produtos de limpeza e higiene, potes de iogurte e margarina e brinquedos quebrados.
A intenção é ensinar aos estudantes e também estimular eles a coletar e separar os plásticos de produtos que consomem em casa ou na vizinhança e levar para as escolas. O material será depositado em recipientes de grande porte, chamados big bags. O material é pesado e adquirido por uma empresa recicladora, que remunera as instituições de ensino de acordo com o volume e a qualidade dos resíduos para reaproveitamento. Por quilo, são pagos R$ 0,80.
A informação empolgou os alunos que se comprometeram a separar os plásticos e levar para o Senai. A estudante Andressa Brum de Camargo, 17 anos, estava atenta às explicações. Ela afirma que separava o lixo orgânico do seletivo, mas agora ficará atenta porque não conhecia os diferentes tipos de plástico:
— Aprendi que há vários tipos de plástico e que eles não podem ser reciclados juntos. Agora sei como separar, quais são os tipos de plástico e quais não podem ser misturados. Foi muito interessante — ressalta a jovem.
O colega Matheus Luis Dutra da Fonseca, 15, também foi um dos mais questionadores. Ele se comprometeu a coletar o material:
— Vou separar bem e também pedir ajuda em casa e aos vizinhos para coletar e trazer esse material para que possamos vender. Gostei muito do que aprendi.
SOBRE O PROJETO
Em funcionamento desde 27 de março, o projeto Plástico do Bem foi lançado em Farroupilha e já entregou aproximadamente 7 mil coletores individuais de resíduo doméstico para cerca de 6,5 mil alunos e alunas e 500 professores de 20 escolas da rede municipal.
O valor obtido com a comercialização do material armazenado nos big bags de cada instituição de ensino será determinado pelo peso e a cotação de mercado. A captação ocorrerá por meio dos Círculos e Pais e Mestres (CPMs). Cada escola terá autonomia para gerir os recursos e decidir pela aplicação que considerar mais adequada.
Que tipos de plásticos limpos estão valendo no projeto:
Garrafas PET de qualquer tamanho
Embalagens rígidas, como as de xampu, cosméticos, detergentes e produtos de limpeza
Potes e tampas diversos, como os de produtos alimentícios